O etanol é um combustível líquido obtido a partir da fermentação e destilação de vegetais ricos em açúcar ou amido, como a cana-de-açúcar, o milho, a beterraba, o trigo e outros.
Por ser derivado de fontes renováveis, o etanol é considerado um biocombustível e uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, que são responsáveis por grande parte das emissões de gases de efeito estufa e poluentes que contribuem para o aquecimento global e a poluição do ar.
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e no consumo de etanol, tendo como principal matéria-prima a cana-de-açúcar. O país possui uma longa história de uso do etanol como combustível automotivo, iniciada na década de 1970 com o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que visava reduzir a dependência do petróleo importado. Desde então, o etanol se consolidou como uma opção econômica e ambientalmente vantajosa para os consumidores brasileiros, que dispõem de veículos flex-fuel capazes de rodar com etanol ou gasolina.
Além dos benefícios ambientais, o etanol também traz benefícios sociais e econômicos para o país, gerando emprego, renda, desenvolvimento regional e diversificação da matriz energética. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, em 2020 o Brasil produziu cerca de 34 bilhões de litros de etanol, sendo 29 bilhões de litros de etanol hidratado (usado diretamente nos veículos) e 5 bilhões de litros de etanol anidro (misturado à gasolina em uma proporção de 27%). A produção envolveu mais de 360 usinas e empregou cerca de 800 mil trabalhadores diretos e indiretos.
Para estimular ainda mais a produção e o consumo de biocombustíveis no país, o governo federal criou em 2017 a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que tem como objetivo aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional, garantindo a segurança energética e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. O RenovaBio prevê metas anuais de descarbonização para os distribuidores de combustíveis, que devem adquirir créditos de descarbonização (CBios) emitidos pelos produtores de biocombustíveis. Cada CBio equivale a uma tonelada de CO2 evitada na atmosfera. Em 2020, foram negociados na bolsa de valores cerca de 14,9 milhões de CBios, gerando um volume financeiro de mais de R$ 650 milhões.
Uma das inovações que prometem revolucionar o setor de biocombustíveis é o etanol de segunda geração (etanol 2G), que é produzido a partir dos resíduos da cana-de-açúcar, como a palha e o bagaço. Esses resíduos são submetidos a um processo de hidrólise enzimática, que transforma as fibras celulósicas em açúcares fermentescíveis. Em seguida, os açúcares são fermentados e destilados para obter o etanol. O etanol 2G apresenta diversas vantagens em relação ao etanol convencional (etanol 1G), como:
- Aumento da capacidade produtiva por hectare: o aproveitamento dos resíduos da cana-de-açúcar permite produzir até 250% mais etanol por hectare do que o etanol 1G.
- Redução das emissões de gases de efeito estufa: o etanol 2G pode emitir até 80% menos CO2 do que o etanol 1G, e até 15 vezes menos do que a gasolina.
- Redução da queima da palha da cana: ao utilizar a palha como matéria-prima para o etanol 2G, evita-se a sua queima nos canaviais, que é uma prática poluente e prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente.
- Redução da geração de vinhaça: a vinhaça é um subproduto líquido da produção do etanol 1G, que tem alto potencial de contaminação do solo e dos recursos hídricos. O etanol 2G gera menos vinhaça, e a que é gerada pode ser tratada e reaproveitada.
O etanol 2G ainda enfrenta alguns desafios para se tornar mais competitivo no mercado, como o alto custo de produção, a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a escassez de enzimas eficientes e baratas, e a integração com as usinas de etanol 1G. No entanto, o potencial do etanol 2G é enorme, e o Brasil já conta com algumas iniciativas pioneiras nesse campo, como a planta da GranBio em Alagoas, que iniciou a produção comercial de etanol 2G em 2014, com capacidade para produzir 82 milhões de litros por ano.
O etanol é, portanto, um biocombustível do presente e do futuro, que oferece uma solução sustentável para a mobilidade e para o desenvolvimento do país. O Brasil tem uma posição de destaque nesse cenário, sendo um exemplo de produção e consumo de etanol em larga escala. Com o avanço das tecnologias e das políticas públicas, o etanol pode se consolidar ainda mais como uma fonte de energia limpa, renovável e competitiva.
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