O parcelamento sem juros no cartão de crédito é um tipo de crédito que beneficia principalmente as classes C, D e E, que representam 76% da população brasileira.
Essas pessoas usam o cartão para comprar bens e serviços que não poderiam pagar à vista, ou para financiar seus pequenos negócios e atividades profissionais.
No entanto, os bancos querem limitar ou acabar com essa modalidade de crédito, alegando que ela alimenta a inadimplência e os juros altos do rotativo do cartão. O rotativo é a taxa abusiva que é cobrada de quem atrasa o pagamento da fatura do cartão, que chega a 430% ao ano.
Essa proposta dos bancos é criticada pelo pesquisador Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva e especialista em relações de consumo das classes populares. Em entrevista ao UOL, ele diz que os bancos estão culpando o consumidor pelos juros altos, quando na verdade ele é a vítima.
Meirelles defende que o problema dos juros altos é causado pela falta de concorrência entre os bancos e que a solução seria permitir a portabilidade da dívida do cartão, ou seja, que o consumidor pudesse negociar sua dívida com vários players de mercado, buscando as melhores condições.
Ele também alerta para os impactos negativos que o fim do parcelamento sem juros pode ter na economia real. Segundo ele, restringir o parcelamento sem juros pode diminuir o consumo das classes C e D, retardar o crescimento econômico do país e criar dificuldades para empreendedores e profissionais liberais, que dependem do cartão para oferecer seus serviços.
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