A Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM) julgou “pertinente” a autorização da maconha em pacientes que se inserem em “certas situações clínicas” e “para aliviar sintomas”. Um comitê de especialistas já tinha dado sinal verde em dezembro de 2018.
O uso do canabis na França será extremamente regularizado. Não será permitido, por exemplo, fumá-lo, levando em conta os riscos cancerígenos do tabaco. Os especialistas vão decidir como as doses serão administradas – pode ser através de um spray, por inalação, em pílulas, gotas, supositórios ou óleos.
Também será exigido um registro para avaliar os benefícios e os riscos do uso da maconha. Os locais autorizados para distribuição serão definidos por médicos e especialistas, que também estabelecerão o preço e as condições para ser reembolsado pelo governo.
A França terá também que levar em consideração os locais autorizados para cultivo da planta, que já é criada ilegalmente em vários jardins do país para consumo pessoal. Com o início do uso terapêutico, será preciso aumentar a produção.
Medicamentos tradicionais têm diversos efeitos secundários
Alguns pacientes franceses já consomem maconha de forma medicinal, mas a prática ainda é ilegal no país. Há aqueles que compram na Suíça, onde o consumo é autorizado. Os testemunhos apontam para uma melhora no estado de saúde, sobretudo para doenças com fortes dores.
As terapias que usam medicamentos tradicionais têm diversos efeitos secundários do ponto de vista gástrico, hepático e renal – o que justifica a escolha da maconha. Nesse contexto, a regulamentação, prestes a ser aplicada na França, deverá também prever um acompanhamento detalhado dos pacientes e de suas necessidades.
Além da Suíça, cerca de vinte países europeus legalizaram a maconha para uso medicinal, como a Croácia ou a Noruega, além de Israel, Turquia, Canadá e diversos estados americanos.