A geleira islandesa Solheimajokull produz umas 41 toneladas de metano por dia durante o verão, equivalendo à quantidade de gás produzido por umas 136.000 vacas.
Investigadores da Universidade britânica de Lancaster descobriram que a geleira islandesa Solheimajokull, que flui no vulcão ativo Katla, emite através do degelo uma enorme quantidade de metano, ou seja, um dos gases do efeito estufa, de acordo com estudo publicado na revista Scientific Reports.
Trata-se da liberação de umas 41 toneladas de metano por dia, o que equivale à quantidade de gás produzido por umas 136.000 vacas, sendo o primeiro estudo de campo a comprovar a liberação de quantidade exorbitante de metano.
“Esta é uma enorme quantidade de metano liberado do degelo de geleira sendo transmitido para a atmosfera”, disse Peter Wynn, biogeoquímico da Universidade de Lancaster e autor do estudo, ressaltando se tratar de uma quantidade “20 vezes maior” do que a emissão de todos os vulcões europeus, em entrevista ao Science Daily.
A doutora Rebecca Burns, também da mesma universidade, pegou amostras de água da beira do lago de água derretida em frente à geleira Solheimajokull e mediu as concentrações de metano, comparando com os níveis do gás em sedimentos próximos e em rios para se certificar que o metano não estava sendo liberado dos arredores.
“As maiores concentrações foram encontradas no ponto em que o rio emerge debaixo da geleira e entra no lago, demonstrando o metano deve surgir de pontos abaixo da geleira”, explica o doutor Wynn.
De acordo com o estudo, diariamente no verão, as águas da Solheimajokull liberam umas 41 toneladas de metano, o que é igual à quantidade de gás produzida por 136.000 vacas.
No entanto, os pesquisadores indicam que ainda não estão claros os efeitos da emissão para a humanidade.
Embora seja possível ver um pico de metano produzido enquanto o gelo derrete, em longo prazo, o processo pode ser autolimitado, pois, juntamente com outras razões, sem o gelo não há as condições para a produção de metano.