O líder do ETA, Josu Ternera, acusado pela Espanha de participar de um ataque em 1987 cometido pelo grupo separatista basco que matou 11 pessoas, foi preso na França nesta quinta-feira (16).
Ternera, de 69 anos, também conhecido por José Antonio Urrutikoetxea, era o líder “mais procurado” do ETA em ambos os lados da Cordilheira dos Pireneus, disse o ministro do Interior espanhol em um comunicado.
Ele foi preso devido a mandado emitido por um tribunal de Paris que o condenou em junho de 2017 por integrar um grupo terrorista e o sentenciou a 8 anos de prisão, disse uma fonte judicial francesa.
Ternera era fugitivo desde 2002, quando a Suprema Corte da Espanha emitiu um mandado individual de prisão internacional contra ele por seu suposto envolvimento no ataque de 1987. À época ele era parlamentar no Parlamento regional basco.
Ele foi detido em uma operação conjunta entre a França e a Espanha na região alpina de Alta Saboia, próxima à fronteira francesa com a Suíça e a Itália.
O ETA, cuja dissolução foi anunciada por Ternera no ano passado, bombardeou barricadas policiais na cidade de Saragoça em dezembro de 1987, matando 11 pessoas, dentre elas, 6 crianças.
Estima-se que o grupo separatista tenha matado mais de 850 pessoas durante uma campanha guerrilheira que durou 50 anos, cujo objetivo era criar um Estado basco no norte da Espanha e sudoeste da França.
O ETA (Euskadi Ta Askatasuna, ou Pátria Basca e Liberdade) declarou um cessar-fogo em 2011 e entregou suas armas em abril de 2017, encerrando a maior insurgência armada da Europa Ocidental.
Foi anunciado em maio de 2018 que o grupo tinha desmantelado todas as suas estruturas.
“A cooperação franco-espanhol demonstrou mais uma vez sua eficácia”, disse o primeiro-ministro espanhol em exercício, Pedro Sánchez, em um comunicado que celebrava a prisão de Ternera.
Reportagem de Sabela Ojea, Andres Gonzalez e Emmanuel Jarry*