Em 1º de outubro, a criptomoeda venezuelana, o petro, entrou oficialmente em circulação como moeda internacional de câmbio. Isso permitirá à Venezuela abrir caminho a uma economia de produção independente do dólar americano, afirmou o economista Vladimir Adrianza à Spuntik Mundo.
“A ideia é que isso permita trazer bens de capital ao país, em outras palavras, maquinaria, tecnologia que permita a produção local de maior quantidade de coisas possíveis”, disse.
O economista da Universidade Central da Venezuela afirmou que a medida é um instrumento alternativo para que o país busque outros caminhos que não sejam dependentes do dólar.
O líder venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (1º) a abertura do blockchain da criptomoeda, no âmbito do início das operações internacionais de petro como moeda internacional.
“Estamos ativando o plano nacional integral de criptoativos da Venezuela, que tem uma perspectiva de 10 anos em seu desenvolvimento e que permitirá que nossa criptomoeda se desenvolva e ocupe um espaço muito importante no que será um desenvolvimento comercial e monetário do nosso país, da nossa região com o resto do mundo”, apontou o presidente.
Todo o petróleo venezuelano deve ser vendido em petro, avisa Maduro
Segundo o professor, essa nova etapa monetária permitirá ao país latino-americano superar as dificuldades intercambiais e comerciais, por ser uma “moeda que não pode ser bloqueada”, e que logo estará à venda em bolívares (moeda local).
Os venezuelanos poderão realizar transações internacionais mediante o esquema de conversão estabelecido, o que acabará ajudando a situação econômica do país. Vale ressaltar que o petro, sustentando em reservas de petróleo, será também apoiado por ouro, diamantes, ferro e alumínio, lembra Adrianza.
O petro foi anunciado no fim de 2017 como um plano do Governo para contornar as sanções impostas pelas EUA à indústria petrolífera da Venezuela, a principal do país.
O economista adiciona que a criptomoeda é capaz de romper esse cerco financeiro, pois considera que não passará pelos canais que a banca internacional controla.
Para o Governo venezuelano, o país se tornará o epicentro de uma nova história monetária da América Latina e do mundo.
Em março deste ano, o líder norte-americano emitiu um decreto que proibia qualquer empresa de seu país de realizar transações nesta moeda, ou qualquer outro meio similar, criado pela Venezuela.
Por Sputnik Brasil.