Lançada em junho, mas divulgada apenas nesta quarta-feira (10), a operação permitiu a prisão de 582 suspeitos de envolvimento no tráfico ilegal de plantas e animais. As detenções e apreensões foram desencadeadas por uma equipe internacional de investigadores e funcionários aduaneiros reunidos nos escritórios da Interpol em Cingapura. O comunicado da Interpol informa que além dos animais foram apreendidos 440 presas de elefante, mais de meia tonelada de objetos de marfim, 2.550 metros cúbicos de madeira e 2.600 plantas. Outras detenções e processos podem ocorrer nas próximas semanas e meses, diz a Interpol, com sede em Lyon (centro-leste da França).
No total, foram apreendidos com os traficantes 23 primatas, 30 gatos, mais de 4.300 aves, cerca de 10.000 criaturas marinhas, incluindo corais, cavalos-marinhos, golfinhos e tubarões, cerca de 10.000 tartarugas e cerca de 1.500 outros répteis.
Imagens publicadas no site da Interpol mostram peles de crocodilo apreendidas no Reino Unido, dezenas de papagaios amontoados uns contra os outros em uma gaiola descoberta na Índia e peixes-zebra mortos durante o transporte ilegal no Brasil. O pequeno peixe (Danio rerio), com cerca de 3 centímetros de tamanho, demonstrou ser um excelente modelo animal no estudo e detecção da cetamina, uma droga usada como anestésico veterinário para animais de grande porte. Os policiais também apreenderam na Nigéria meia tonelada de escamas de pangolim, um dos animais mais caçados no mundo, usado na medicina tradicional chinesa.
Para chegar a esses resultados, os investigadores identificaram diversas redes de comércio ilegal de animais silvestres na internet. Na Europa, eles prenderam 21 suspeitos na Espanha, enquanto na Itália foram encontradas 1.850 aves contrabandeadas.
Esta é a terceira operação da Interpol dessa magnitude, após duas outras campanhas realizadas em 2018 e 2017. O comércio ilegal de plantas e animais silvestres movimenta anualmente milhares de dólares.
* Com informações da AFP