Em agosto de 2017, Donald Trump disse não excluir a opção militar para resolver a crise venezuelana, o que provocou forte rejeição tanto dentro como fora dos Estados Unidos. Porém, a ideia continua estando presente apesar de muitos se expressarem contra, escreve o jornal Business Insider.
A opção militar para a resolução da crise na Venezuela está sobre a mesa ou pelo menos na cabeça do presidente dos EUA. Assim, a agência AP informou neste verão que o presidente Donald Trump teria discutido a invasão militar da Venezuela durante um encontro na Casa Branca no ano passado. Para dar força aos seus argumentos, Trump lembrou as intervenções militares de Granada e Panamá que, segundo ele, foram um sucesso.
utras vozes nos EUA também se mostraram a favor de usar a força militar. Em particular, como sublinha o Business Insider, no fim de agosto deste ano, o senador republicano da Flórida Marco Rubio, assessor para assuntos da América Latina e próximo a Trump, afirmou que a Venezuela virou uma força desestabilizadora na região.
“Acredito que as Forças Armadas dos EUA são utilizadas apenas no caso de ameaça à segurança nacional”, disse Rubio, acrescentando no entanto que há argumentos “muito fortes” para acreditar que “a Venezuela e [o presidente Nicolás] Maduro se tornaram uma ameaça à região e aos Estados Unidos”.
Há também outras opiniões. Mesmo que a crise na Venezuela justifique fazer pressão para alcançar mudanças políticas, “uma intervenção militar não é a maneira de fazê-lo”, acredita Shannon O’Neil, pesquisador sênior especializado nos assuntos da América Latina do Council on Foreign Relations.
O analista sublinha que a Venezuela não é nem Granada nem o Panamá, “países que foram invadidos pelos EUA nos últimos dias da Guerra Fria”.
Segundo O’Neil, uma invasão militar da Venezuela seria semelhante em escala à do Iraque, um país duas vezes menor que a Venezuela, com uma população um pouco maior. Sem ter em conta que, segundo as pesquisas, as tropas americanas não seriam recebidas de braços abertos no país latino-americano.
“Qualquer invasão [da Venezuela] requer uma preparação à mesma escala, significando uma força com mais de 100 mil homens”, diz o analista, citado pelo jornal.
Para James Stavridis, almirante retirado da Marinha, em vez de recorrer à força militar unilateralmente na Venezuela, Washington deveria impulsionar a interação entre agências e incentivar um maior envolvimento de outros países na resolução da situação.
“Os Estados Unidos certamente não devem agir sozinhos”, acrescenta James Bosworth, fundador da empresa de análise política Hxagon.
Apesar da resistência quanto ao uso da força na Venezuela permanecer forte, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, prometeu na sexta-feira (21) que Washington aumentará a pressão sobre Caracas.
“Verão nos próximos dias uma série de ações que continuarão aumentando o nível de pressão sobre os líderes venezuelanos”, disse Pompeo.
Por Sputnik Brasil.