Em julho, a inflação para as famílias de baixa renda do Brasil foi menor do que para aquelas mais ricas.
Os grupos com salários mais baixos tiveram uma inflação de 0,26%. Já nas famílias com rendimentos mais altos, a taxa ficou em 0,38%.
A inflação para aqueles com renda mais baixa foi impulsionada pela queda de 0,6% nos preços da alimentação no domicílio, item de grande impacto no orçamento.
E pesou muito no bolso das famílias mais ricas o aumento do preço das passagens aéreas, superior a 44% em julho. Também a alta de 0,7% na alimentação fora de casa.
Os dados são da pesquisa Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgada nesta terça-feira (21).
A técnica de Planejamento do Ipea, Maria Andréia Lameiras, responsável pelo levantamento, detalha por quais motivos a inflação diminuiu para os mais pobres.
De janeiro até julho, a inflação também foi mais alta para os segmentos de renda mais elevada, devido a alta da gasolina, mensalidades escolares e planos de saúde. No mesmo período, os mais pobres sentiram os impactos nos rendimentos com as altas da energia elétrica e das passagens de ônibus.
A pesquisa Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda é realizada com dados do Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O estudo revelou que, no mês passado, houve o fim dos impactos da greve dos caminhoneiros nos preços dos alimentos, o que ajudou na diminuir a inflação dos mais pobres.
Segundo o levantamento, a expectativa é de uma inflação de 4,5% para o restante de 2018. Para o futuro, a pesquisa revela que pode haver uma desaceleração de preços administrados, ou seja, regidos por contrato.
Para o Ipea, será o caso da energia elétrica, ainda este ano. Outra previsão é que o petróleo não deve subir muito no mercado internacional, mantendo os preços dos combustíveis mais estáveis.