Lideranças de comunidades do polo industrial de Barcarena foram ouvidas nesta segunda-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Pará.
A primeira liderança comunitária a prestar depoimento foi José Roberto Cravo, representante da Comunidade Quilombola Sítio Conceição. Em seguida, os deputados ouviram Maria de Fátima Dias dos Anjos, representante da Comunidade do Curuperé. Outras duas testemunhas que haviam sido convidadas não compareceram.
Nos depoimentos, as lideranças relataram que, nos últimos anos, as atividades de exploração do pólo industrial geraram mudanças na coloração dos rios, mortandade de peixes e da vegetação, além de aumento de doenças nos moradores da região. Entre elas, câncer, doenças de pele, cegueira e até problemas de saúde mental. Uma criança e um adolescente teriam morrido em consequência do vazamento de produtos tóxicos.
O relator da CPI que investiga a contaminação no polo industrial de Barcarena, Celso Sabino, considera as denúncias graves e afirma que a comissão quer ações mais diretas da prefeitura da cidade, especialmente na área próxima à empresa Hydro Alunorte. Sabino e outros parlamentares estiveram na região há uma semana.
A empresa Hydro Alunorte afirma que ainda não tomou conhecimento da recomendação da CPI para a prefeitura de Barcarena. De acordo com a companhia, estudos realizados pela força-tarefa interna e por uma consultoria ambiental atestam que não houve transbordo das áreas dos depósitos de resíduos de bauxita.
Também, segundo a Alunorte, não há indicação ou evidência de contaminação nas comunidades próximas da refinaria após as chuvas de fevereiro. Procurada, a Secretaria de Saúde de Barcarena disse que desconhece óbitos relacionados ao fato. Até o fechamento dessa edição não conseguimos contato com a prefeitura de Barcarena. Por Radioagencia Nacional