Uma tempestade de matéria escura está passando através do Sistema Solar. Esse fluxo, com velocidade de 500 quilômetros por segundo, pode revelar novos dados sobre a matéria escura, comunicou a revista Physical Review D.
Este fluxo de matéria escura está ligado gravitacionalmente ao fluxo de estrelas S1, formado em resultado da absorção pela Via Láctea de uma galáxia anã. As forças de gravidade despedaçam galáxias menores e deixam um fluxo elíptico de estrelas, matéria escura e outros destroços. Dúzias de tais fluxos já foram encontrados na Via Láctea.
O S1 é um grupo de 34 estrelas que passam pelos arredores do Sistema Solar em direção oposta à rotação da Via Láctea. O fluxo foi descoberto no ano passado graças aos dados obtidos pelo projeto de observação de imagens e espectros espaciais Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e pelo telescópio espacial Gaia, comunicou a revista.
A massa do S1 é comparável com a massa da galáxia anã da constelação Fornax, por isso os astrônomos opinam que esse fluxo de estrelas deve estar relacionado com o halo de matéria escura.
O fluxo S1 deixou os astrônomos surpreendidos porque o nosso Sistema Solar se viu dentro desse fluxo e nossos caminhos se intersectarão durante milhões de anos. Agora esse fato não influi sobre o planeta e as nossas vidas, visto que no nosso Sistema Solar ainda há apenas uma estrela.
Segundo o modelo Lambda-CDM, estrelas e galáxias consistem em matéria de bárions, mas há também a matéria escura, que representa 22 por cento de toda a matéria do Universo. Tal conclusão foi feita com base em observações do comportamento estranho de corpos celestes que pareciam ser influenciados por uma massa invisível.
Supõe-se que a matéria escura interage com a matéria simples através da gravidade, por isso é impossível detectá-la com ajuda da radiação eletromagnética.
Os cientistas espanhóis da Universidade de Saragoça calcularam o efeito do S1 sobre a nossa parte da galáxia e previram as possíveis assinaturas da matéria escura que poderiam ajudar a localizar e examinar a substância elusiva.
Os pesquisadores calcularam a probabilidade de detectar WIMPs, as hipotéticas partículas da matéria escura, com ajuda de detectores de luz. Eles concluíram que é pouco provável que detectores de WIMPs possam registrar as alterações. Segundo a pesquisa, os detectores mais sensíveis são os de áxions, outras partículas elementares hipotéticas que também são candidatas ao papel de matéria escura.