Minerar criptomoedas por um valor determinado em dólar demanda até três vezes mais energia do que extrair ouro pelo mesmo valor na moeda americana. E em se tratando do bitcoin, o consumo de energia para mineração global tem superado o de nações inteiras nos últimos anos, revelou novo estudo, publicado na revista Nature Sustainability.
As criptomoedas descentralizadas são uma espécie de locomotivas do progresso tecnológico, que põem em marcha um número desconhecido de fazendas de servidores administradas por um número desconhecido de máquinas criptográficas que trabalham 24 horas por dia.
O impacto ambiental dessa enorme demanda de capacidade de processamento ainda não foi medido completamente, afirmam os autores americanos do trabalho Max Krause e Thabet Tolaymat. “Agora temos uma indústria completamente nova que consume mais energia por ano de que muitos países”, sublinhou Krause à agência AFP.
Para exemplificar o tamanho do problema, os pesquisadores compararam vários números. Dinamarca consumiu 31,4 bilhões de quilowatts-hora de eletricidade em 2015, enquanto durante o primeiro semestre do ano corrente, a mineração de bitcoin consumiu aproximadamente 30,1 bilhões de quilowatts.
Outra avaliação do valor energético das operações com bitcoin no mundo mostra que em 2017 o consumo elétrico para mineração da moeda digital se assemelhou ao consumo anual da Irlanda.
A mineração de criptomoedas pode ser realizada com dispositivos individuais, porém é realizada mais frequentemente em fazendas que albergam centenas ou milhares de computadores que efetuam cálculos imensos em busca do tesouro digital. Alguns mineiros são remunerados generosamente, outros — não. As 100 principais moedas digitais do mundo têm um valor de mercado conjunto de aproximadamente 200 bilhões de dólares.
Por Sputnik Brasil.