A causa do “vazamento” continua sendo um mistério, tal como as possíveis consequências para o núcleo e a sua capacidade de criar o campo magnético, que é vital para a existência de vida na Terra.
A parte solidificada giratória do núcleo é a responsável pela existência da magnetosfera do planeta, que protege a Terra de partículas mortíferas que a bombardeiam do espaço, inclusive as provenientes do Sol.
Uma equipe de investigadores publicou recentemente um estudo científico no portal Science Alert, revelando que a camada exterior do núcleo líquido muito quente tem estado vazando para a camada imediatamente superior do nosso planeta, o manto terrestre, ao longo dos últimos dois biliões de anos.
Os cientistas descobriram que as montanhas e rochas que se formaram recentemente na superfície da Terra apresentam uma combinação de dois isótopos de volfrâmio, volfrâmio-182 e volfrâmio-184, que são normalmente encontrados no núcleo exterior do nosso planeta.
Esta descoberta intrigou os investigadores, porque o material que é ejetado durante as erupções vulcânicas e que forma as novas montanhas vem diretamente do manto terrestre, a camada que se localiza acima do núcleo.
Este fato recém-descoberto (o fato de esta combinação de isótopos ter sido encontrada em rochas formadas durante erupções relativamente recentes) indica que o núcleo, que é formado por ferro e material em estado líquido a 5.000 graus centígrados, começou a vazar para o manto cerca de 2,5 bilhões de anos atrás.
Investigadores desconhecem a causa do vazamento
De acordo com uma das hipóteses, este processo é causado por determinados materiais ricos em oxigênio que vão da superfície para o manto, na fronteira com a camada externa do núcleo. Ali, o oxigênio trazido da superfície terrestre faz o volfrâmio ascender para o manto.
Outra hipótese sugere que o mesmo processo é causado pela solidificação gradual do núcleo interno, que era inicialmente constituído por metal liquido.
Os cientistas ainda não sabem se este vazamento do núcleo externo do planeta para o manto pode afetar o funcionamento no núcleo interior, influenciando também a nossa magnetosfera.