Você sabia que as árvores têm amigos íntimos no solo? Eles são os fungos ectomicorrízicos, um grupo de microrganismos que vivem em simbiose com as plantas.
Esses fungos ajudam as árvores a obter água e nutrientes do solo em troca de açúcares produzidos pela fotossíntese. Essa parceria é essencial para a saúde e o crescimento das árvores, especialmente nas regiões boreal e temperada, onde o solo é pobre e frio.
Mas o que acontece quando o clima muda e o solo fica mais quente e seco? Como as árvores e os fungos se adaptam a essas condições estressantes? Essas são algumas das perguntas que uma equipe internacional de pesquisadores tentou responder em um experimento de longa duração chamado B4WARMED (Boreal Forest Warming at an Ecotone in Danger).
O experimento consistiu em expor diferentes espécies de árvores boreais e temperadas a tratamentos de aquecimento e seca em um campo experimental na Suécia. Os pesquisadores usaram cabos elétricos para aquecer o solo e coberturas plásticas para reduzir a precipitação. Eles monitoraram a resposta das árvores e dos fungos por meio de medidas de crescimento, fisiologia, bioquímica e diversidade.
Os resultados mostraram que as mudanças climáticas afetam a composição das espécies de fungos e as redes que eles formam com as árvores. Algumas espécies de fungos são mais tolerantes ao calor e à seca do que outras, e podem substituir as espécies mais sensíveis. Isso pode alterar o equilíbrio da troca de carbono e nutrientes entre as árvores e os fungos, afetando a função e a resiliência dos ecossistemas florestais.
Os pesquisadores também descobriram que as espécies de árvores temperadas são mais vulneráveis ao aquecimento do que as espécies boreais, pois elas têm uma menor capacidade de regular sua temperatura interna. Além disso, as espécies de árvores boreais tendem a ter uma maior diversidade de fungos associados, o que pode aumentar sua resistência aos estressores ambientais.
O estudo é um dos primeiros a investigar os efeitos das mudanças climáticas na relação entre árvores e fungos em uma escala temporal e espacial relevante para os ecossistemas naturais. Os autores esperam que seus achados contribuam para o desenvolvimento de estratégias de conservação e manejo florestal que levem em conta a importância dos fungos para a sustentabilidade das florestas.
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