Em um novo estudo, os cientistas relataram observações de algumas das primeiras galáxias que se formaram no Universo, cerca de 730 milhões de anos depois do Big Bang, que emitiram uma radiação ionizante extremamente forte. A luminosidade é um subproduto da liberação de altas quantidades de radiação ionizante.
Segundo os pesquisadores, isso poderia ter condicionado a chamada era da reionização do hidrogênio, durante a qual foram criadas as estrelas que hoje existem.
Antes da ionização, os átomos de hidrogênio interrompiam as ondas de luz, que não podiam ser propagadas eficazmentee. Essas colisões teriam retirado os átomos de hidrogênio neutros de seus elétrons, ionizando-os.
“É uma das maiores questões abertas na cosmologia observacional […] Sabemos que aconteceu, mas o que o causou? Estas novas descobertas podem ser uma grande pista”, disse Stephane De Barros, investigador na Universidade de Geneva e autor principal do estudo, na declaração da NASA divulgada dia 8 de maio.
Usando essas observações do telescópio Spitzer, os astrônomos examinaram 135 galáxias que estão a mais de 13 bilhões de anos-luz de distância do nosso planeta e, portanto, são consideradas como vivendo até agora no período de reionização.
Os pesquisadores descobriram que essas galáxias eram particularmente brilhantes em dois comprimentos específicos de ondas infravermelhas, que são emitidas durante a colisão da radiação ionizante com hidrogênio e oxigênio dentro delas.
Eles concluíram que os antigos conjuntos de matéria eram dominados por estrelas compostas principalmente por elementos leves, ou seja, hidrogênio e hélio, que contêm quantidades muito pequenas de elementos “pesados” (como nitrogênio, carbono e oxigênio) em comparação com estrelas encontradas em galáxias modernas comuns.
“Estes resultados de Spitzer são certamente mais um passo na resolução do mistério da reionização cósmica […] Agora sabemos que as condições físicas nestas galáxias iniciais eram muito diferentes das existentes nas galáxias típicas de hoje. O trabalho do telescópio espacial James Webb será descobrir as razões detalhadas de isso acontecer”, disse Pascal Oesch, coautor do estudo.
A natureza das galáxias antigas continuará a ser estudada pelo telescópio Webb da NASA, cujo lançamento está previsto para 2021, lê-se no site da agência espacial.