A Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) está interessada em investigar os fenômenos aéreos não identificados (UAPs), popularmente conhecidos como óvnis ou UFOs. Para isso, a agência anunciou que vai iniciar um estudo científico sobre esses objetos, com o objetivo de identificar, caracterizar e compreender melhor essas ocorrências.
Um dos desafios para essa pesquisa é a falta de dados de qualidade e confiáveis sobre os avistamentos de óvnis. Segundo um relatório divulgado pelo governo dos EUA em junho de 2021, não há evidência convincente de vida extraterrestre associada a esses objetos, mas também não há explicação para mais de 140 casos relatados por pilotos militares e civis.
Para tentar solucionar esse problema, a Nasa quer contar com a colaboração da população. Em uma reunião pública realizada em maio de 2023, o astrofísico David Spergel, que lidera o grupo de trabalho da agência formado em 2022 para examinar as informações existentes sobre os UAPs, sugeriu a criação de um aplicativo de celular que permitiria a coleta de dados.
“Existem de três a quatro bilhões de telefones celulares no mundo”, disse Spergel. “Os telefones celulares não gravam apenas imagens, estamos todos acostumados com câmeras de celulares, mas eles medem o campo magnético local, são gravitômetros, medem som codificam uma quantidade enorme de informações sobre o ambiente ao seu redor”, argumentou o cientista.
“Se você tem algo visto por vários telefones celulares, com bons dados de registro de data e hora, em vários ângulos, pode inferir a localização e a velocidade desse objeto”, disse Spergel. “Na maioria das vezes, isso dirá que é um avião, é um balão, seja o que for. E se for algo novo, você tem dados de alta qualidade e uniformemente selecionados que podem ser usados.”, complementou.
Com a ferramenta, os dados podem ser combinados com informações coletadas pelos radares oficiais e dados obtidos a partir de outros sensores, para poder filtrar o que realmente é importante eliminando o que pode ser normal, como um balão, por exemplo. Assim, a agência conseguiria ter acesso a um número muito maior de dados, com potencial para novas descobertas.
A Nasa também quer encorajar os pilotos comerciais e militares a relatarem mais as anomalias que observam no céu, sem temer constrangimento ou estigma. “Os pilotos comerciais, por exemplo, relutam muito em relatar anomalias. E um de nossos objetivos, e ter a Nasa desempenhando um papel, é remover o estigma e obter dados de alta qualidade”, disse Spergel.
O estudo da Nasa sobre os UAPs deve durar cerca de nove meses e contar com a participação de 15 a 17 especialistas em ciência, dados, inteligência artificial e segurança aeroespacial. A expectativa é que o relatório final seja publicado em julho de 2023.
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