A Nasa, a agência espacial americana, conseguiu um feito histórico: trazer para a Terra a maior e primeira amostra de um asteroide já coletada por ela.
A sonda Osiris-Rex, que carregava a amostra, pousou no deserto de Utah, nos Estados Unidos, neste domingo (24), após uma viagem de quase três anos pelo espaço.
A amostra foi obtida do asteroide Bennu, um corpo celeste com cerca de 500 metros de diâmetro que orbita o Sol a uma distância média de 200 milhões de quilômetros da Terra. Bennu é considerado um dos asteroides mais antigos e primitivos do Sistema Solar, formado há cerca de 4,5 bilhões de anos.
Os cientistas da Nasa acreditam que a amostra contém cerca de 250 gramas de material rico em carbono e água, que pode revelar pistas sobre a origem do Sistema Solar e da vida na Terra. Além disso, o estudo do asteroide pode ajudar a entender os riscos de impacto com a Terra, já que Bennu tem uma pequena chance de colidir com o nosso planeta no futuro.
A amostra será transferida para o Centro Espacial Johnson em Houston, onde será examinada por cientistas da Nasa e de outros países. Os resultados iniciais devem ser divulgados em 11 de outubro. A Nasa pretende compartilhar parte da amostra com outras instituições e agências espaciais, como a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA).
A missão Osiris-Rex foi lançada em 2016 e custou cerca de US$ 1 bilhão. Ela é considerada uma das mais ambiciosas e complexas da história da exploração espacial. A sonda chegou ao asteroide Bennu em 2018 e passou dois anos mapeando sua superfície. Em outubro de 2020, ela realizou uma manobra arriscada para coletar a amostra, tocando o asteroide por apenas seis segundos e disparando uma rajada de gás nitrogênio para soltar o material.
A sonda ainda tem combustível suficiente para continuar sua jornada pelo espaço e visitar outros asteroides. A Nasa planeja escolher um novo destino para ela em 2024.