Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Alabama, nos EUA, desenvolveu uma forma de aumentar a entrega de anticorpos no cérebro, usando um polímero biodegradável que se liga ao anticorpo trastuzumabe.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Cell and Developmental Biology, abre novas possibilidades para o tratamento de doenças cerebrais, como tumores cerebrais.
O que são anticorpos e por que eles são importantes?
Anticorpos são moléculas produzidas pelo sistema imunológico que se ligam a alvos específicos nas células doentes, bloqueando seu crescimento ou destruindo-as. Eles são usados como medicamentos para tratar vários tipos de câncer e outras doenças, como infecções, doenças autoimunes e metabólicas.
Qual é o problema com a barreira hematoencefálica?
A barreira hematoencefálica é uma estrutura que protege o cérebro de substâncias nocivas ou indesejadas que circulam no sangue, como bactérias, vírus e toxinas. No entanto, essa barreira também impede a entrada de anticorpos no cérebro, limitando o uso desses medicamentos para tratar doenças cerebrais, como tumores cerebrais.
Como os pesquisadores resolveram esse problema?
Os pesquisadores usaram um polímero chamado poli (ácido lático-co-glicólico), ou PLGA, que é aprovado pela FDA (agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos) e já é usado em implantes médicos e sistemas de liberação de fármacos. Eles adicionaram esse polímero nas regiões da dobradiça e próxima à dobradiça do anticorpo trastuzumabe, que é usado para tratar câncer de mama e gástrico. Essa modificação aumentou a solubilidade e a estabilidade do anticorpo, e facilitou sua entrada no cérebro, tanto em testes in vitro quanto em modelos de camundongos.
Quais são as implicações dessa descoberta?
Os pesquisadores afirmam que essa metodologia simples pode servir como uma plataforma para converter anticorpos terapêuticos em uma forma que possa atuar no cérebro, mantendo sua funcionalidade médica. Isso poderia ampliar as possibilidades de tratamento para doenças cerebrais que atualmente têm opções limitadas, como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e epilepsia. Além disso, essa técnica poderia ser aplicada a outros tipos de anticorpos, aumentando o arsenal de medicamentos disponíveis para combater as doenças cerebrais.