Um estudo divulgado nesta terça-feira (16) pela agência Saúde Pública França aponta que o número de pessoas com depressão teve um aumento expressivo nos últimos sete anos no país. Entre as maiores vítimas deste distúrbio estão mulheres, desempregados, estudantes, pessoas com baixa renda e com menos de 45 anos.
Uma pesquisa realizada pela agência Saúde Pública França com mais de 25 mil pessoas em 2017 e cujas conclusões são divulgadas nesta terça-feira, mostrou que um a cada dez adultos de 18 a 75 anos viveu um episódio de depressão nos últimos 12 meses. Segundo o estudo, o distúrbio não corresponde a uma “tristeza passageira” que pode acontecer com qualquer indivíduo, mas é registrado dentro de critérios precisos, como o registro de um período de ao menos 15 dias de tristeza ou perda de interesse associada a ao menos três fatores secundários: perda ou ganho de peso, dificuldades no sono e pensamentos mórbidos.
O aumento da depressão atinge sobretudo as mulheres (13%) em relação aos homens (6,4%). Uma particularidade que pode ser explicada, de acordo com o organismo, pela diferença em relação às posições sociais que os indivíduos dos dois sexos ocupam ou pela dificuldade dos homens assumirem que estão enfrentando esse problema.
As pessoas com salários mais baixos são as mais atingidas pelo distúrbio, com um aumento de 3 pontos percentuais entre 2010 e 2017. A depressão progrediu especialmente entre as pessoas de 35 a 44 anos (4,4% em relação a 2010) e estudantes (4%).
Medo do desemprego
Os distúrbios depressivos são responsáveis por até 45% dos afastamentos no trabalho. Ao menos 8,2% dos trabalhadores na França enfrentaram um episódio de depressão. Ameaças verbais e físicas, além do medo do desemprego aumentam o risco de um indivíduo desenvolver o distúrbio no período ativo da vida.
Em um outro estudo, a agência Saúde Pública França registra uma maior procura por tratamento contra distúrbios de ansiedade no país, entre 2010 e 2014. No total, 1,3 milhão de franceses recorreram à ajuda psiquiátrica: um crescimento de 3,7% entre os homens e 3,6% entre as mulheres. Para o organismo, o quadro é preocupante já que “30% dos pacientes não respondem aos antidepressivos produzidos atualmente pela indústria farmacêutica”.