Um novo estudo revisa o conceito dos limites planetários, que são os nove componentes do ambiente global que regulam a estabilidade e a habitabilidade do planeta para as pessoas.
O estudo mostra que as atividades humanas estão impactando cada vez mais o planeta e, assim, aumentando o risco de desencadear mudanças drásticas nas condições gerais da Terra.
Os limites planetários foram propostos pela primeira vez em 2009 por um grupo internacional de cientistas liderados pelo professor Johan Rockström, do Stockholm Resilience Centre. Eles incluem o clima, a integridade da biosfera, a mudança do uso da terra, o uso da água doce, os ciclos biogeoquímicos, a acidificação dos oceanos, a poluição atmosférica, a degradação da camada de ozônio e a introdução de novas substâncias químicas e físicas no ambiente.
O estudo atualiza o quadro dos limites planetários e constata que seis deles foram ultrapassados e que a transgressão está aumentando para todos os limites, exceto a degradação da camada de ozônio da Terra. Os limites mais críticos são o clima e a integridade da biosfera, que são os dois pilares da estabilidade do planeta. O estudo conclui que é preciso mais foco nas interações entre os limites, especialmente entre o clima e a biosfera, que são altamente acoplados e retroalimentados.
O estudo também destaca a necessidade de respeitar o limite de mudança do uso da terra, considerando o uso crescente de biomassa como alternativa ao carvão, ao petróleo e ao gás. O estudo mostra que os humanos estão se apropriando do equivalente a ~30% da energia que estava disponível para sustentar a biodiversidade antes da Revolução Industrial. Isso significa que há menos energia disponível para manter a diversidade e a funcionalidade dos ecossistemas, que fornecem serviços essenciais para o bem-estar humano.
O estudo propõe o uso da ciência dos limites planetários como um “guia para a ação” se quisermos garantir a prosperidade e a equidade para todos na Terra, e isso vai muito além do clima apenas. O estudo pede o desenvolvimento de modelos do sistema terrestre que reproduzam com precisão as interações entre os limites e os esforços sistemáticos para proteger, recuperar e reconstruir a resiliência planetária.
O professor Rockström, um dos autores do estudo, disse: “Estamos em uma situação sem precedentes na história da humanidade. Estamos empurrando o planeta para além dos seus limites naturais e colocando em risco o nosso futuro coletivo. Precisamos de uma transformação radical na forma como nos relacionamos com o planeta e uns com os outros. Precisamos de uma nova ética planetária baseada na responsabilidade, na solidariedade e na cooperação”.
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