“Este é o grande avanço que esperamos desde que os astrônomos descobriram rápidas explosões de rádio em 2007”, afirma Keith Bannister, que lidera o estudo, da agência nacional de ciência da Austrália.
A localização foi tão precisa que o autor do estudo afirma que, se o local estivesse na Terra, poderia dizer não apenas a cidade onde a explosão surgiu como também o código postal e o quarteirão.
A equipe liderada por australianos realizou a descoberta utilizando um novo radiotelescópio da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO), a agência científica australiana.
Agora, os astrônomos esperam descobrir as causas das explosões rápidas de rádio, que continuam desconhecidas.
A descoberta foi publicada pela revista Science e está entre as mais significativas desde a descoberta de FRB em 2007, conforme o jornal Daily Mail.
Desde 2007, foram detectadas apenas 85 explosões cósmicas de ondas de rádio, sendo que a maioria delas é “one-off”, enquanto que uma pequena parte são “repetidores” que se repetem no mesmo lugar.
Esta é a primeira vez que os astrônomos conseguem obter a localização exata de uma ondulação “única”, segundo o portal Socientífica.
A tecnologia utilizada pela equipe foi o radiotelescópio australiano Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP), que possui 36 antenas parabólicas, com a explosão chegando a cada uma em um tempo ligeiramente diferente, permitindo o cálculo de sua origem.
“A explosão que localizamos e sua galáxia hospedeira não se parecem em nada com um ‘repetidor’ e seu hospedeiro. Ela vem de uma enorme galáxia que está formando relativamente poucas estrelas”, afirmou o Dr. Adam Deller, da Universidade de Tecnologia de Swinburne.
O fato sugere que as rajadas de rádio podem ser produzidas em uma variedade de ambientes, ou que as explosões sejam geradas por um mecanismo diferente para o repetidor.
Após a descoberta, a equipe analisou a distância e outras características utilizando o telescópio Gemini South, em conjunto com o Observatório W.M. Keck e o Very Large Telescope (VLT).
Os dados obtidos durante o estudo, confirmaram que a luz havia deixado a galáxia há aproximadamente 4 bilhões de anos, disse Nicolas Tejos, da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso.
A partir das minúsculas diferenças de tempo foi possível identificar a galáxia inicial da explosão, além do ponto de partida a 13.000 anos-luz do centro da galáxia, ressalta Deller.
O atual objetivo da equipe é utilizar as explosões rápidas de rádio como sondas cosmológicas, tal como fazemos com os raios gama, quasares e supernovas.