Desde a primeira missão tripulada em 1969, os humanos deixaram mais de 200 toneladas de objetos na superfície lunar, incluindo bandeiras, veículos, instrumentos científicos e até mesmo uma bola de golfe.
Esses artefatos são testemunhas da exploração espacial humana e fazem parte do nosso patrimônio cultural e científico.
Mas como podemos estudar e proteger esses objetos no ambiente hostil do espaço? É aí que entra a arqueologia espacial, uma disciplina que se dedica a investigar os vestígios e as marcas humanas deixados no espaço, como parte da nossa identidade e memória coletiva. A arqueologia espacial não se limita à lua, mas também abrange outros lugares do sistema solar onde os humanos enviaram sondas, satélites e rovers.
Um novo ramo da arqueologia espacial é a geoarqueologia planetária, que avalia os processos físicos e humanos que podem alterar, destruir ou preservar o patrimônio espacial na lua e em outros corpos celestes. Por exemplo, os artefatos na lua podem ser afetados por impactos de meteoroides, radiação cósmica, variações extremas de temperatura e atividade humana futura. Esses fatores podem causar danos irreversíveis aos objetos históricos e comprometer o seu valor científico e cultural.
Para evitar isso, os geoarqueólogos planetários propõem formas de estudar, documentar e valorizar o patrimônio espacial para diversas comunidades na Terra. Eles sugerem o uso de técnicas como sensoriamento remoto, modelagem 3D, análise química e geofísica para obter informações sobre os artefatos e o seu contexto. Eles também defendem a criação de leis e normas internacionais para proteger o patrimônio espacial de possíveis ameaças, como vandalismo, roubo ou exploração comercial.
O patrimônio espacial é um recurso único e finito que nos ajuda a entender melhor a nossa história e o nosso lugar no universo. Por isso, é importante preservá-lo para as gerações futuras e compartilhá-lo com o público em geral. A arqueologia espacial e a geoarqueologia planetária são campos promissores que podem contribuir para esse objetivo.