O papa Francisco recebe amanhã (27), em reunião reservada, o líder indígena brasileiro Raoni Metukire, de origem kayapó. Na ocasião, o cacique deve apresentar demandas do movimento indígena, sobretudo aquelas que têm relação com as condições de vida de povos que vivem na região amazônica.
Em uma viagem feita ao Chile e ao Peru, em janeiro do ano passado, o pontífice afirmou que “provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios com o estão agora”. O líder religioso também disse, na oportunidade, que “a defesa da terra não tem outra finalidade senão a defesa da vida”.
De acordo com o Vaticano, o encontro desta segunda-feira quase foi cancelado, por pressão de representantes da indústria madeireira e do agronegócio, mas foi confirmado ontem (26). O compromisso se insere no contexto da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônica, que tem como tema Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e por uma Ecologia Integral. O evento será realizado entre os dias 6 e 27 de outubro, em Roma.
Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é de praxe que, para todo sínodo, haja um processo de escuta das reivindicações daqueles que são foco do evento. Este ano, portanto, o acolhimento de demandas abrange diálogos com os povos indígenas e todas as comunidades que vivem na Amazônia.
Esse processo é a etapa preparatória, a primeira das três que compõem o sínodo, instituído em 1965. As fases seguintes são a celebrativa, em que os bispos se reúnem em assembleia, e a de atuação, na qual as deliberações aprovadas pelo papa são acolhidas pelas igrejas.