O papa Francisco pediu neste sábado (1º) que a Romênia transforme “os velhos e atuais rancores” em “novas oportunidades de comunhão”, durante a missa que celebrou no santuário mariano de Sumuleu-Ciuc, na cidade de Miercurea Ciuc, um dos mais importantes para a minoria católica no país.
Trata-se do segundo dia da viagem do papa, que ocorre em um momento de incerteza política no antigo Estado comunista, dias depois de o mais poderoso político do país, Liviu Dragnea, ser preso por suborno. A última visita papal à Romênia (e também a primeira a um país de maioria ortodoxa cristã) foi em 1999, feita por João Paulo II.
Francisco lançou uma mensagem de união entre as diferentes identidades sociais e religiosas do país e fez a primeira visita de um papa à região da Transilvânia, onde se concentra grande parte dos católicos e romenos húngaros.
Numa esplanada próxima ao santuário, o pontífice, de 82 anos, lembrou em sua homilia que a peregrinação ao templo representa um povo “cuja riqueza são os seus mil rostos, culturas, línguas e tradições”. Por essa razão, pediu: “Não nos deixemos roubar a fraternidade pelas vozes e as feridas que alimentam a divisão e a fragmentação.”
“Os complexos e tristes eventos do passado não devem ser esquecidos ou negados, mas também não podem constituir um obstáculo ou motivo para impedir uma desejada convivência fraterna”, aconselhou.
Estavam presentes à missa a primeira-ministra da Romênia, Viorica Dancila, e o presidente da Hungria, János Áder, devido à grande presença de romenos de etnia húngara na Transilvânia, que pertenceu ao Império Austro-Húngaro até sua desintegração, após a Primeira Guerra Mundial.
O santuário mariano de Sumuleu-Ciuc, de estilo barroco e situado num mosteiro franciscano, é destino histórico de peregrinação para os católicos de etnia e língua húngara da Romênia e de outros países. Neste domingo, Francisco beatificará, como mártires, sete bispos torturados pelo regime comunista e mortos na prisão.