Durante a Conferência Episcopal Italiana (CEI) realizada nesta quinta-feira (29), o Papa Francisco afirmou que o patrimônio cultural da Igreja Católica deve estar “a serviço dos pobres” e que sua eventual venda não pode ser vista com “escândalo”.
A declaração foi divulgada em uma mensagem aos participantes de um congresso sobre a gestão dos bens culturais eclesiásticos e a cessão de lugares de culto, realizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura.
“Os bens culturais são voltados às atividades de caridade desenvolvidas pela comunidade eclesiástica. O dever de tutela e conservação dos bens da Igreja, e em particular dos bens culturais, não tem um valor absoluto, mas em caso de necessidade eles devem servir ao bem maior do ser humano e especialmente estar a serviço dos pobres”, disse o Papa.
Segundo Francisco, a constatação de que muitas igrejas “não são mais necessárias por falta de fiéis ou padres ou por mudanças na distribuição da população nas cidades e zonas rurais deve ser vista como um sinal dos tempos que nos convida a uma reflexão e nos impõe uma adaptação”.
Na mensagem, Jorge Bergoglio ressaltou que a cessão de bens da Igreja “não deve ser a primeira e única solução”, mas também não pode ser feita sob “escândalo dos fiéis”.
Menino “livre e indisciplinado”
Um menino mudo “invadiu” o palco onde o papa Francisco celebrava sua audiência geral semanal, nesta quarta-feira (28), na Sala Paulo VI, no Vaticano. Quando a criança deu um abraço no líder da Igreja Católica, sua mãe também subiu ao palco para retirá-lo, mas Francisco pediu para deixar o menino, que passou a circular livremente.
“Deixe-o, deixe-o para brincar aqui”, disse o Papa quando a criança rolou na frente dele no carpete.
“Essa criança não pode falar. Ele é mudo. Mas ele pode se comunicar. Ele sabe como se expressar”, disse o Papa à plateia.
“Ele é livre, livre e indisciplinado. Mas ele é livre. Ele me fez pensar sobre mim. Eu também sou tão livre na frente de Deus?”