Você já ouviu falar do pergelissolo? É uma camada do subsolo da crosta terrestre que está permanentemente congelada, principalmente na região do Ártico.
Ele é composto de terra, rochas e sedimentos, e pode conter micróbios, bactérias e vírus que sobrevivem por milhares de anos em um estado de inatividade.
Mas o que acontece se esse solo descongelar?
Essa é uma questão que preocupa os cientistas, pois o pergelissolo armazena grandes quantidades de carbono orgânico que podem ser liberadas na atmosfera como gases de efeito estufa se o solo descongelar. Isso pode agravar o aquecimento global e causar mudanças climáticas irreversíveis.
Além disso, o derretimento do pergelissolo pode reativar agentes infecciosos antigos, como o antraz, que podem infectar animais e humanos. Esses agentes são chamados de vírus zumbis, pois eles voltam à vida depois de estarem adormecidos por muito tempo.
Um exemplo disso aconteceu em 2016, na Sibéria, onde um surto de antraz matou mais de 2 mil renas e uma criança. Os cientistas acreditam que o antraz veio de um cadáver de uma rena que estava enterrado no pergelissolo há mais de 75 anos. Com o aumento da temperatura, o solo descongelou e liberou as bactérias do antraz, que se espalharam pelo ar e pela água.
Outro caso foi relatado em 2014, na China, onde um vírus gigante chamado Pithovirus foi encontrado em uma amostra de pergelissolo com mais de 30 mil anos. O vírus foi capaz de infectar amebas em laboratório, mostrando que ele ainda estava ativo.
Os cientistas alertam que há muitos outros vírus zumbis desconhecidos no pergelissolo que podem representar uma ameaça à saúde pública. Eles defendem a necessidade de monitorar o derretimento do pergelissolo e desenvolver medidas de prevenção e controle das possíveis doenças emergentes.
O pergelissolo é um tesouro de informações sobre o passado da Terra, mas também um perigo oculto para o futuro da humanidade. É preciso cuidar desse recurso natural e evitar que ele se torne uma fonte de problemas.