A perovskita é o nome de um mineral de óxido de cálcio e titânio, que tem propriedades incríveis para a geração de energia solar.
As células solares de perovskita são consideradas uma das mais promissoras tecnologias fotovoltaicas do mundo, por combinar alta performance e baixo custo, além de serem flexíveis e leves.
A perovskita foi descoberta em 1839 pelo mineralogista alemão Gustav Rose, que a nomeou em homenagem ao conde russo Lev Perovski, um colecionador de minerais. Mas foi somente em 2009 que os cientistas perceberam o potencial da perovskita para a energia solar, quando conseguiram converter 3,8% da luz solar em eletricidade usando esse material. Desde então, a eficiência das células solares de perovskita aumentou rapidamente, chegando a mais de 25% em 2020, superando as células de silício tradicionais, que têm uma eficiência média de 20%.
A vantagem da perovskita é que ela pode ser fabricada usando métodos simples e baratos, como a impressão ou a pintura, e pode ser aplicada sobre superfícies flexíveis, como tecidos ou plásticos. Além disso, a perovskita pode absorver diferentes comprimentos de onda da luz solar, o que permite criar células solares de cores variadas, ou até mesmo transparentes, que podem ser usadas em janelas ou telhados.
No entanto, a perovskita também tem alguns desafios a serem superados, como a sua instabilidade e a sua toxicidade. A perovskita é sensível à umidade, ao calor e à luz, o que pode reduzir a sua vida útil e a sua segurança. Além disso, a perovskita contém chumbo, um metal pesado que pode causar danos ao meio ambiente e à saúde humana. Por isso, os pesquisadores estão buscando formas de melhorar a durabilidade e a sustentabilidade das células solares de perovskita, usando materiais alternativos ou criando camadas protetoras.
Um dos líderes nessa área é o Brasil, que foi o primeiro país da América Latina a produzir células solares de perovskita, em 2016, no Laboratório de Nanotecnologia e Energia Solar do Instituto de Química da Unicamp. Os pesquisadores conseguiram obter uma eficiência de 13% por parte das células de perovskita, semelhante à das células de silício comerciais. O grupo também desenvolveu um novo método que facilita a fabricação de células solares de perovskita em escala industrial, usando uma técnica simples e escalável chamada blade coating, que consiste em espalhar uma camada fina de perovskita sobre um substrato usando uma lâmina.