Uma equipe de cientistas da Georgia Tech, nos EUA, desenvolveu uma nova tecnologia que pode revolucionar o campo da eletrônica.
Eles conseguiram criar o primeiro semicondutor funcional feito de grafeno, um material formado por uma única camada de átomos de carbono.
Os semicondutores são materiais que conduzem eletricidade sob condições específicas e são componentes essenciais de dispositivos eletrônicos, como computadores, celulares e TVs. A maioria dos eletrônicos modernos é feita de silício, um material que está chegando ao seu limite diante do aumento da velocidade e da miniaturização da computação.
O grafeno, por outro lado, tem propriedades únicas, como alta resistência, alta mobilidade de carga e baixa dissipação de calor. Isso significa que ele pode suportar grandes correntes elétricas e operar sem superaquecer e se desintegrar.
No entanto, o grafeno tinha um problema que impedia seu uso como semicondutor: ele não tinha uma banda proibida, uma propriedade eletrônica crucial que permite que os semicondutores sejam ligados e desligados. Sem uma banda proibida, o grafeno seria sempre condutor, o que inviabilizaria seu controle e sua aplicação em circuitos lógicos.
Os pesquisadores da Georgia Tech superaram esse obstáculo ao induzir uma banda proibida no grafeno por meio de um processo chamado epitaxia, que consiste em crescer uma camada de grafeno sobre um substrato de silício carboneto. O resultado foi um semicondutor de grafeno que é compatível com os métodos convencionais de processamento de microeletrônica, o que é uma necessidade para qualquer alternativa viável ao silício.
A nova tecnologia baseada em grafeno pode permitir dispositivos menores e mais rápidos, e pode ter aplicações para a computação quântica, que usa as propriedades quânticas das partículas para realizar operações lógicas. O grafeno também tem potencial para revolucionar muitas outras áreas, como células solares, baterias, sensores e mais.
A descoberta dos pesquisadores da Georgia Tech foi publicada na revista Nature e representa um avanço significativo para o campo da eletrônica de grafeno, que vem sendo explorado há décadas.
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