Trabalhadores uruguaios do setor de gás se reuniram com representantes da Petrobras, em Montevidéu, para pedir a reintegração aos quadros da empresa de sete empregados demitidos ontem (9). A empresa negou o pedido e manteve as demissões.
Os trabalhadores uruguaios vêm pressionando a estatal brasileira desde o anúncio de sua intenção de deixar o país. A empresa argumenta que suas operações no Uruguai são deficitárias e que está determinada a não continuar acumulando prejuízos. A Petrobras é dona das empresas MontevideoGas e Conecta, que prestam os serviços de distribuição de gás na capital e no interior do país, respectivamente.
Há dez dias, três funcionários da MontevideoGas, subsidiária da Petrobras no país, estão em greve de fome diante do Ministério da Indústria, solicitando a reintegração de 20 trabalhadores que estavam em seguro-desemprego e o cancelamento de 37 demissões, anunciadas pela empresa. Os trabalhadores pedem também que a Petrobras deixe imediatamente o país.
O sindicato dos trabalhadores da Ancap (Federação Ancap – Fancap), empresa estatal de combustíveis, anunciaram na semana passada que, em apoio aos trabalhadores do setor de gás, cortariam o fornecimento de combustíveis para os postos da Petrobras no Uruguai. O sindicato de trabalhadores da Ancap disse hoje (10) que segue apoiando os funcionários da MontevideoGas. No entanto, a ameaça de corte no fornecimento de combustíveis ainda não se concretizou.
Em uma carta publicada hoje, a Fancap disse que “quem não se comove com uma greve de fome ou com o futuro de 160 famílias também não se comove com os milhares de uruguaios que passam necessidades, com fome, frio, com a falta de emprego ou de um teto. A sociedade que queremos construir tem outros valores”.
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Edição: Fernando Fraga