O empresário e sócio majoritário da JBS, Joesley Batista e o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade foram presos em mais um desdobramento da Lava Jato. Nomeada Operação Capitu, a ação visa desarticular um esquema entre a Câmara dos Deputados e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para pagamento de propinas.
De acordo com a Polícia Federal, 310 agentes cumprem 63 mandados de busca e apreensão e outros 19 de prisão temporária em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba e no Distrito Federal. A ordem partiu do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Na denúncia, consta que um grupo de empresários repassava propinas a servidores e agentes públicos em troca de licenciamentos emitidos pelo MAPA. Ofícios internos também ajudavam a eliminar a concorrência das empresas envolvidas, aumentando a margem de lucros e estabelecendo monopólio de mercado. O dinheiro era distribuído por Lúcio Funaro, que delatou o esquema ao ser preso em maio.
Só a JBS teria pago R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$5 milhões pela proibição do uso da ivermectina de longa duração. O conglomerado também é acusado de pagar R$30 milhões para um deputado que concorria à presidência da Câmara em troca do acolhimento de interesses empresariais. O deputado teria ficado com metade deste valor, enquanto a outra metade foi repassada a congressistas mineiros depois de lavado o dinheiro.
Os acusados vão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. As penas podem chegar a 120 anos, proporcionais a cada investigado. A defesa de Joesley divulgou nota declarando “estranheza” à ação da PF, já que o empresário colabora com a justiça em vários inquéritos em andamento.
Por Sputnik Brasil.