A pesquisa da área gélida, que inclui perfurações profundas para obter amostras de gelo, tem sido fundamental para provar os efeitos das mudanças climáticas no continente.
O documentário “Os Segredos da Antártica” revela por que esse campo de testes é perfeito para estudar o aquecimento global, segundo o tabloide britânico Express.
“Só na última década, o aumento das temperaturas fez com que pedaços gigantes de gelo costeiro diminuíssem ou se desmoronassem”, diz o narrador da filmagem, adicionando que os pesquisadores temem que isso “possa ser apenas o início de uma reação em cadeia”.
O documentário conta que, para conhecer o que aconteceu no passado e formar uma imagem mais precisa do futuro da Antártica, os cientistas planejam perfurar a camada de gelo com uma broca gigante.
Evidências nos fósseis
A série continuou destacando como a área já foi parte de um continente muito maior.
“A Antártica nem sempre esteve presa num congelamento profundo. Há 160 milhões de anos fazia parte de um enorme supercontinente mais próximo do equador […] Na época, a Terra era muito mais quente do que hoje, e as evidências fósseis sugerem que essa massa de terra gigante era um habitat tropical para os dinossauros”, adiciona o narrador.
Eventualmente, o supercontinente se separou e a Antártica foi para sul. À medida que a Terra ia ficando mais fria, os níveis de dióxido de carbono e as correntes oceânicas arrefeciam ainda mais o continente isolado, diz-se na série.
“Então, cerca de 34 milhões de anos atrás, o gelo começou lentamente a se formar e levou milhões de anos para que finalmente se fixasse em um congelamento profundo”, ressalta.
‘História congelada’
Devido a esse congelamento profundo, a vida vegetal que antes existia permaneceu completamente intacta e, agora, com o derretimento do gelo, os pesquisadores podem ter uma ideia do passado.
“Olha, essa folha – que caiu na lama há talvez 20 milhões de anos […] Isso pode ser o melhor [de tudo o que já encontramos] até agora”, mostrou Allan Ashworth, da Universidade Estadual de Dakota do Norte (EUA).
Durante a mesma série, é mostrado um cilindro com uma amostra de solo gelado em perfeitas condições, retirado com o equipamento de perfuração a 440 metros abaixo da superfície e com a idade de 15 milhões de anos.
“Essa lama e rocha são mais valiosas do que o ouro porque cada amostra é uma máquina do tempo”, explica-se no documentário, adicionando que todo o material é recolhido e estudado detalhadamente.
Esse continente gelado é um paraíso intocado para muitos cientistas. Inclusive a NASA está usando a região para se preparar para a vida em Marte. Mais de 1.000 cientistas residem lá em vários campos do deserto congelado, enfrentando temperaturas tão baixas quanto -90C.