Os alces deixam aos milhares a zona próxima do Parque Nacional de Yellowstone todos os anos, deslocando-se para as terras altas. A migração em massa que ocorre anualmente dá aos habitantes silvestres do Parque uma oportunidade de desfrutar de pastagens verdes, no entanto, os cientistas descobriram que estes padrões de migração, formados há centenas de anos, estão mudando em resposta por razões ambientais.
De acordo com os investigadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, dezenas de milhares de animais usam caminhos diferentes nas suas rotas migratórias para sair da região de Yellowstone em resposta as mudanças climáticas.
“Nós descobrimos que o ambiente circundante pode ser um indicador bastante eficaz das alturas em que ocorre a migração”, disse Gregory Rickbeil, investigador da Universidade de Berkeley.
Este estudo combina dados de GPS com imagens de satélite para rastrear mais de 400 animais de nove manadas presentes no Parque de Yellowstone.
No início da primavera, os alces sobem para terras mais altas e voltam aos vales e planícies de Yellowstone nos princípios de outono.
Mas o recuo das linhas de neve e as pastagens verdes obrigam os animais a migrar mais tarde do que nos anos anteriores.
Em 2015, por exemplo, foi descoberto que os alces de Yellowstone migraram até às suas pastagens de inverno em média 50 dias mais tarde do que em 2001.
Os resultados da incrível investigação da vida selvagem de Yellowstone foram publicados na revista Science Daily.
“As decisões que os animais tomam sobre a questão de quando migrar dependem das mudanças da paisagem, mudanças que são controladas pelo clima”, disse o professor Arthur Middleton.
“E no futuro, com as mudanças climáticas, devemos esperar que a altura destas migrações seja alterada, o que irá afetar outros animais selvagens e as pessoas que dependem deles, incluindo predadores, necrófagos e caçadores em todo o ecossistema”, acrescentou.
Os alces estão entre as espécies mais populosas do Parque Nacional de Yellowstone, com aproximadamente 20 mil cabeças.
Estes ruminantes são responsáveis pelo consumo de uma grande parte de vegetação, sendo também uma fonte de alimento para os predadores locais.