O sítio descoberto é extremamente importante para pesquisas sobre o período pré-histórico por causa de sua dimensão e conservação de objetos da cultura material, segundo informa o chefe das escavações, Jacob Vard, da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Importância dos achados
“Isto é um ponto de virada, um local que definitivamente mudará os nossos conhecimentos sobre o período Neolítico”, disse o chefe das escavações, citado pelo The Times of Israel.
O portal também nota que muitos pesquisadores internacionais já começam a perceber que a existência deste sítio pode os obrigar a fazer revisões nos seus estudos.
“Até agora, acreditava-se que a área da Judeia estava vazia, e que sítios desta dimensão existiam apenas na outra margem do rio Jordão, ou no Levante do Norte. Em vez de uma área desabitada daquele período, encontramos um local complexo, onde existiam variados meios econômicos de subsistência, e tudo isso só umas dezenas de centímetros debaixo da superfície”, disse ele.
Vida dos habitantes
Cerca de 3.000 pessoas habitaram a região e, segundo o codiretor das escavações, tinham ligações comerciais e culturais com outros povos, incluindo com os da Anatólia, o que explica os artefatos descobertos no sítio. Outros achados indicam que a caça, a pecuária e a agricultura ocupavam um lugar importante na vida de pessoas.
Entre os instrumentos encontrados durante as escavações estão centenas de pontas de flechas, machados, lâminas de foice e facas. Há ainda galpões de armazenagem com grande quantidade de legumes, especialmente lentilhas.
Além dos objetos que podem indicar como era a vida quotidiana, foram descobertas peças ligadas com a cultura e a religião, por exemplo pequenas estátuas, incluindo uma figura de barro de um boi e uma outra de pedra representando um rosto.
Outro traço importante do assentamento é que os restos das construções estão divididos por caminhos estreitos. Segundo os arqueólogos, essas ruas pequenas são prova do nível avançado de planejamento no povoado.
O projeto de escavações foi iniciado e financiado pela Companhia Nacional de Infraestrutura de Transporte, como parte do Projeto Rota 16, que inclui a construção de uma nova estrada para Jerusalém a partir do oeste.
Cada achado será documentado por modelagem 3D para continuar as pesquisas no laboratório. “Ademais, a Autoridade de Antiguidades de Israel planeja relatar a história do sítio por meio de telas e ilustrações”, apontaram os cientistas.