A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou nesta quarta-feira (21) uma série de medidas para combater a homofobia. A decisão é uma resposta ao aumento de agressões na capital francesa. O presidente Emmanuel Macron também receberá nesta quinta-feira (22) associações de defesa de pessoas LGBTQI+.
O plano de ação anunciado pela prefeitura de Paris conta com 32 medidas e um orçamento de € 100 mil para financiar projetos de prevenção e proteção. A lista conta com palestras em escolas, programas de inclusão e visibilidade de pessoas trans e migrantes LGBTQI+, além de operações junto a empresas com Twitter e Facebook para reforçar a luta contra as agressões virtuais.
Além das escolas, um importante trabalho de formação e conscientização dos agentes públicos será implementado, para que as pessoas LGBTQI+ possam ser recebidas corretamente em delegacias de polícia ou postos de saúde em caso de agressão. A prefeitura também decidiu tornar a luta contra a homofobia uma de suas principais causas em 2019.
“Trata-se de uma mobilização inédita”, declarou a prefeita. “Esse plano aborda os problemas de forma global, reforçando não apenas a luta contra todas as formas de violência, mas também atuando para uma melhor inclusão das pessoas LGBTQI+ em todas as etapas de suas vidas”, continuou Anne Hidalgo. As medidas serão implementadas já no final deste ano.
O anúncio é feito após uma série de agressões de caráter homofóbico registradas na capital francesa. A prefeitura explicou que “apesar da evolução do arsenal legislativo, as violências persistem e impedem as pessoas LGBTQI+ de serem libres e viver em segurança, o que fere os direitos mais fundamentais”.
Macron recebe associações LGBTQI+
O presidente francês Emmanuel Macron também decidiu se engajar na luta contra a homofobia e recebe nesta quinta-feira (22) no palácio do Eliseu representantes de associações de defesa dos direitos de pessoas LGBTQI+. Em 29 de outubro o chefe de Estado já havia anunciado que pretendia implementar “medidas concretas” para combater o aumento da homofobia, mas não deu detalhes sobre as ações que pretendia lançar.
Segundo um estudo anual divulgado pela associação francesa SOS Homofobia publicado em maio, o número de atos hostis visando gays, bi e trans registrados pela entidade no país aumentou 4,8% em 2017.