Entra em vigor nessa sexta-feira (12) a proibição do alistamento de pessoas transgênero nas Forças Armadas dos Estados Unidos. A medida imposta pela administração do presidente Donald Trump é vista como um retrocesso, já que anula uma decisão tomada anteriormente pelo governo de Barack Obama.
O ex-presidente democrata havia autorizado, em 2016, a presença de recrutas em função de sua identidade de gênero. A decisão, que abria a porta para que milhares de militares pudessem se assumir, havia sido interpretada como um avanço em uma instituição conhecida por seu conservadorismo.
Mas Trump decidiu instaurar um novo regulamento no Pentágono. Segundo o texto, as pessoas trans deverão servir em função de seu gênero de nascimento. Os candidatos que se submeteram ou pretendem se submeter a um tratamento médico para mudança de sexo ou a cirurgia de redesignação sexual serão excluídos do processo de seleção. Aqueles que já foram incorporados correm o risco de ser expulsos.
Desde que a decisão de Trump foi anunciada, já em 2017, grupos de defesa de cidadãos homossexuais, lésbicas, bissexuais e transgêneros, como o Palm Center, denunciaram o que classificam de “perigoso retrocesso”. Eles lembraram que militares trans foram repetidamente elogiados tanto por seus superiores quanto por militares de países aliados desde 2016, quando puderam se assumir.
O Pentágono se defende e diz que não se trata de uma proibição das pessoas trans nas Forças Armadas. A instituição afirma, no entanto, que os transgênero sofrem de uma “disforia de gênero”, o que seria considerado uma patologia mental grave, que poderia afetar a eficiência no combate.
As pessoas trans sempre estiveram presentes entres os recrutas, mas até a medida imposta por Obama, todos deviam levar uma vida dupla, escondendo sua identidade de gênero. As Forças Armadas contam com 1.3 milhões de militares ativos e, segundo o Pentágono, cerca de 9 mil pessoas se identificariam como transgênero.