O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) publicou as primeiras fotos do corpo celeste. O asteroide duplo 1999 KW4 passou perto da Terra no sábado (1) com uma velocidade de 70 mil quilômetros por hora.
“Estes dados, combinados com todos os outros obtidos pelos vários telescópios da campanha IAWN, serão essenciais para avaliar estratégias eficazes de deflexão [de asteroides], na eventualidade de encontrarmos um asteroide em rota de colisão com a Terra”, disse o astrônomo Olivier Hainaut do Observatório Europeu do Sul.
Nas últimas décadas, pesquisadores de todo o mundo têm estudado ativamente os asteroides que orbitam próximo da Terra e vêm compondo uma espécie de cadastro, tentando estabelecer quais deles são perigosos para a Terra.
Os cientistas se viram obrigados a criar uma escala para avaliar o nível do perigo dos corpos celestes. Segundo as estimativas atuais da NASA, o número de objetos pequenos dentro da cintura principal de asteroides pode atingir um milhão, dos quais nós conhecemos apenas alguns milhares.
No final da semana passada, os astrônomos aproveitaram a oportunidade única quando um raro asteroide duplo se aproximou da Terra. Ele passou a 5,2 milhões quilômetros da Terra, ou seja, a uma distância por volta de 13 vezes maior que a que existe entre o nosso planeta e a Lua.
O corpo celeste 1999 KW4 pertence ao chamado grupo dos asteroides Aton, um grupo de asteroides próximos à Terra que orbitam perto do Sol e atravessam a órbita da Terra quando estão à distância máxima do Sol. Por isso, ele foi classificado como um asteroide potencialmente perigoso.
Este Aton chama a atenção dos cientistas por várias razões, principalmente por que ele tem um diâmetro de cerca de 1,3 km e sua própria “lua” de 350 metros, bem como pelas sua forma e órbita extraordinárias.
As novas imagens e dados científicos recolhidos pelo VLT e outros telescópios no âmbito da rede IAWN ajudam a estabelecer as características do corpo celeste. Mais, ele é parecido com outro asteroide mais perigoso, o Didim, que também é relevante para os pesquisadores.
Os cientistas esperam que os dados possam esclarecer a possibilidade real de mudar a trajetória dos asteroides.