Apresentamos um resumo do que aconteceu neste dia na CPI da Covid: Nesta quinta-feira (20), a Comissão retomou o depoimento de Eduardo Pazuello. No 1º dia, senadores apontaram contradições e mentiras do ex-ministro. Pressionado, ele chegou a passar mal.
Pazuello obteve no STF o direito de ficar calado, mas respondeu a quase todas as perguntas.
‘Assumiu o ministério sem saber o que era o SUS’, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Ela afirmou estar claro que o habeas corpus de Pazuello não estava sendo usado para ficar calado, mas sim para mentir aos senadores. O ex-ministro tentou interromper a fala da senadora, que foi enfática:
‘Gostaria que o senhor não me interrompesse. O que está acontecendo aqui é uma acareação entre o senhor e mais de 400 mil mortos’.
Quando Pazuello citou a compra de doses da Pfizer, senadores lembram do atraso na aquisição. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) questionou Pazuello a respeito do lapso temporal entre a oferta e a aquisição de doses da Pfizer. O ex-ministro afirmou que as tratativas, dentro do governo, levaram oito dias. No entanto, outros depoimentos à CPI revelaram que uma primeira oferta ocorreu em agosto de 2020, sendo que o primeiro contato com a farmacêutica foi firmado em março.
Pazuello disse à CPI que foi decisão do governo não intervir na falta de oxigênio no Amazonas. Ele contou que houve uma reunião de ministros com a presença do Jair Bolsonaro e que a decisão nesse encontro foi não intervir na situação do Amazonas. No início do ano o estado vivia uma situação caótica com a falta de oxigênio nos hospitais.
Na CPI, o senador Marcos Rogério (DEM) reproduziu vídeo com falas de governadores citando o uso da cloroquina. O senador tentou defender a tese de que os políticos fizeram o mesmo discurso do presidente Jair Bolsonaro sobre a cloroquina. Omar Aziz destacou que isso ocorreu no começo do ano passado, quando ainda havia muita desinformação sobre a Covid-19 .‘A ciência evolui’, disse o presidente da comissão.
O senador Renan Calheiros disse que vai propor que Omar Aziz envie o depoimento de Pazuello ao MPF. O relator da CPI da Covid disse que, desde ontem, está tentando contar as mentiras de Pazuello deu à CPI e que hoje, na primeira oportunidade, irá apresentá-las. Renan afirmou que muita gente já mentiu na comissão, ‘mas ninguém mentiu como Eduardo Pazuello‘.
Em sua fala, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) lembrou como o combate à Covid-19 nos EUA mudou após a saída do ex-presidente Donald Trump e a entrada de Joe Biden.
A senadora Leila Barros (PSB-DF) perguntou a Pazuello se ele ‘assume que é o único ou principal culpado por esses desastre sanitário’
Pazuello: Claro que não.
Leila: Quem mais você considera responsável?
Pazuello: Todos os gestores, em todos os níveis. Cada um no seu nível de responsabilidade.
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) defendeu o tratamento precoce e afirmou, sem provas, que a taxa de letalidade da Covid-19 no Brasil cairia pela metade se ele fosse aplicado.
Sobre a cloroquina, mais de um ano depois, estudos já comprovaram que o remédio não funciona contra o coronavírus e pode causar efeitos colaterais.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), perguntou a Pazuello ele se participou de uma reunião do Ministério da Saúde, em 16 de maio de 2020, para discutir o uso de cloroquina em pacientes com Covid-19, Pazuello disse que não lembrava. Contarato pediu que a agenda do ex-ministro seja levantada para saber quem estava neste encontro.
Inquirido pela senadora Leila Barros (PSB-DF) sobre o Ministério da Saúde ter suspendido a divulgação de casos e óbitos de Covid-19 no ano passado, Eduardo Pazuello respondeu que não foi uma ordem do presidente Jair Bolsonaro, mas sim uma estratégia autoral de parar o sistema por três dias para fazer atualizações. Segundo ele, havia um delay de aproximadamente 60 dias para que todas as informações estivessem consolidadas. O general ainda dividiu a culpa pelo insucesso do combate a pandemia no Brasil.
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