O Rio de Janeiro vai receber – entre os dias 16 e 18 de novembro – o Festival Mulheres do Mundo – WOW, da sigla em inglês para Women of the World e também uma brincadeira com a expressão linguística que representa entusiasmo e admiração, como uau em português.
O WOW começou em 2010 no centro cultural Southbank Centre, em Londres, idealizado pela produtora britânica Jude Kelly, e atualmente é replicado em 17 cidades de cinco continentes.
Pela primeira vez ocorre na América Latina e foi um dos temas debatidos no II Diálogo Mulheres em Movimento – Alianças e Ações Coletiva, na semana passada no Rio.
Segundo uma das organizadoras do festival no Rio, Shirley Villela, que é coordenadora da Casa Mulheres da Maré, o WOW sempre é proposto e liderado por uma organização social da cidade que vai receber o evento.
No caso do Rio, foi a Organização Não Governamental (ONG) Redes da Maré, que participou da edição de Londres este ano.
“A ideia é que as cidades se apropriem disso. Ele foi criado como um momento de celebração dos avanços e das conquistas das mulheres. Não que não haja mais conquistas a serem alcançadas. Há muito o que celebrar e há muito o que lutar por. Ao mesmo tempo, ele está celebrando e está demonstrando o quanto a gente precisa caminhar. A intenção do festival e de toda a programação é baseada nisso”, explica Shirley.
Boulevard Olímpico
O Festival Mulheres do Mundo vai ocupar toda a região da Praça 15 e parte do Boulevard Olímpico, na região portuária, com atividades no Museu de Arte do Rio (MAR) e no Museu do Amanhã, ambos na Praça Mauá, “tudo acontecendo ao mesmo tempo, você tem que fazer escolhas de onde vai estar naquele momento”, diz ela.
“No Southbank tudo acontece dentro de uma mesma estrutura. Aqui, a nossa experiência vai ser absolutamente diferente. Vai ter coisa acontecendo no Museu do Amanhã, ao mesmo tempo tem coisa no MAR, a feira vai estar ali rolando, o píer vai estar bombando para jovens e adolescentes, com o ativismo digital no Espaço Youtube. Ao mesmo tempo vai ter uma oficina aqui, um espetáculo de dança na praça, um painel de diálogo lá dentro discutindo racismo e xenofobia”, revela.
Serão quatro vertentes de interação no evento. Dentro do primeiro tipo, de painéis de diálogos, haverá mesas de debates sobre temas específicos com convidadas de todo o mundo e locais; partilhas de trajetória, com duas ou três mulheres contando sua trajetória em 15 minutos e estimulando que outras mulheres na plateia partilhem suas histórias; e as mentorias, com conversar em pares.
Moda, artesanato e serviços
Para o empreendedorismo, um edital selecionou 150 mulheres que participarão do mercado na praça, expondo moda, artesanato e serviços. O ativismo, com os movimentos sociais, acontecerá no mesmo espaço do mercado.
“A pessoa está comprando um vestido, uma bolsa, e vai ter uma ONG do lado falando sobre violência contra a mulher, distribuindo um folheto. A ideia é que esteja um pouco misturado”, diz Shirley.
Por fim, a parte artística e cultural terá pequenas apresentações em meio à praça, como teatro, dança ou circo, além de um grande show para encerrar cada dia.
Já foram confirmadas 73 convidadas locais, 48 nacionais e 28 internacionais, dos mais diversos campos de atuação, como literatura, ativismo social, jornalismo, música e esporte. A programação completa ainda não foi fechada e será disponibilizada na página do festival na internet.
Por Agência Brasil.