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Robôs do tamanho de grãos de areia podem revolucionar a medicina

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Imagine se pudéssemos enviar pequenos robôs para dentro do nosso corpo, capazes de realizar tarefas como desobstruir artérias, combater células cancerígenas ou fertilizar óvulos.

Essa é a visão dos pesquisadores que trabalham com os microrrobôs médicos, máquinas minúsculas que podem se locomover pelos fluidos corporais e interagir com os tecidos.

Os microrrobôs médicos não são uma novidade na ficção científica. Em 1966, o filme “Viagem Fantástica” mostrou uma equipe de cientistas que entrava em um submarino encolhido e era injetada no corpo de um paciente para salvar sua vida. Desde então, muitos outros filmes, livros e jogos exploraram a ideia de explorar o corpo humano em escala microscópica.

Mas a ficção está cada vez mais próxima da realidade. Em um artigo publicado na revista Science, os pesquisadores Brad Nelson e Salvador Pané, da ETH Zürich, na Suíça, afirmam que os microrrobôs médicos estão prestes a sair dos laboratórios e entrar nos hospitais. Eles apresentam alguns exemplos de microrrobôs que já foram testados em animais e que podem trazer benefícios para diversas áreas da medicina.

Um desses exemplos é o MagnetoSperm, um microrrobô inspirado nos espermatozoides, que tem uma cabeça magnética e uma cauda flexível. Ele pode ser controlado por um campo magnético externo e usado para transportar cargas úteis dentro do corpo, como medicamentos ou células. O MagnetoSperm poderia, por exemplo, ajudar a guiar espermatozoides até o óvulo, aumentando as chances de fertilização.

Outro exemplo é o ViRob, um microrrobô cilíndrico com seis pernas que podem se agarrar às paredes dos vasos sanguíneos. Ele pode se mover contra o fluxo sanguíneo e realizar procedimentos como biópsia, remoção de placas ou liberação de drogas. O ViRob poderia, por exemplo, ajudar a tratar doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo.

Além desses protótipos, existem pelo menos quatro startups que estão desenvolvendo microrrobôs médicos para aplicações comerciais. Uma delas é a MagForce Nanotechnologies, que usa nanopartículas magnéticas para tratar tumores cerebrais. As nanopartículas são injetadas no tumor e aquecidas por um campo magnético externo, destruindo as células cancerígenas. Outra é a Microbot Medical, que desenvolve microrrobôs para limpar cateteres e shunts, evitando infecções e obstruções. As outras duas são a Nanobiotix, que utiliza nanopartículas para potencializar a radioterapia, e a Nanomix, que cria sensores nanoeletrônicos para diagnóstico rápido.

Os microrrobôs médicos ainda enfrentam vários desafios para se tornarem uma realidade clínica, como a segurança, a eficácia, a regulamentação e a aceitação do público. Mas os pesquisadores estão otimistas de que eles podem revolucionar a medicina, oferecendo soluções mais precisas, eficientes e menos invasivas para diversas doenças. Eles acreditam que, em breve, poderemos ver os microrrobôs médicos não apenas nas telas, mas também nas nossas veias.

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