A Rússia está projetando o que será o maior radiotelescópio virtual da história, para colocá-lo no espaço além da órbita da Lua em meados da próxima década.
Chamado de Millimetron (ou Spektr-M), será capaz de investigar a estrutura dos núcleos das galáxias, buracos negros e pulsares, estudar a radiação de fundo de microondas e procurar os primeiros vestígios da formação do Universo, buracos brancos e buracos de verme.
O telescópio será colocado na chamada órbita de halo, uma órbita tridimensional complexa localizada além do satélite natural da Terra. Espera-se que o Millimetron tenha capacidades significativamente maiores do que seu antecessor, o telescópio RadioAstron, lançado para o espaço em 2011, no âmbito da cooperação entre a Rússia e várias agências espaciais de outras nações.
O RadioAstron, também conhecido como Spektr-R, é um dos maiores telescópios já colocados no espaço. Em trabalho conjunto com instalações terrestres espalhadas pelo mundo, possui a mais alta resolução angular do seu tipo e é capaz de produzir as imagens mais detalhadas do Universo.
No entanto, o Millimetron vai tirar fotos com uma resolução quatro vezes maior do que a de seu “irmão”, de acordo com Vyacheslav Vdovin, membro do Instituto de Física Aplicada da Academia de Ciências russa.
O novo observatório espacial pode operar de forma autônoma ou trabalhar em conjunto com telescópios terrestres. Juntos, eles formarão um telescópio virtual que será capaz de observar as fontes espaciais de rádio com uma resolução angular sem precedentes para a astronomia.
“O melhor protótipo para o Millimetron é o RadioAstron, que foi desenvolvido pela mesma equipe de pesquisa”, disse Aleksei Smirnov, diretor técnico do projeto Millimetron.
“Uma antena do mesmo diâmetro — 10 metros — será instalada no espaço, mas esse novo telescópio tem uma frequência de trabalho ainda maior, um espelho criogênico e muitas outras inovações”, adicionou.
O desenvolvimento do Millimetron demorou mais do que o esperado porque muitas de suas características são únicas, acrescentou o especialista. O projeto foi iniciado ainda em 2010. A entrega do telescópio está prevista para meados da próxima década.