Até o dia 10 de dezembro, a exposição fotográfica O Cotidiano da Fotografia: violência de gênero e Justiça poderá ser visitada na Biblioteca da Universidade de Brasília (UnB). A mostra integra a programação que a Procuradoria Especial da Mulher no Senado, a Secretaria da Mulher da Câmara, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher prepararam, com outros parceiros, para a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.
Dezessete fotógrafos assinam as 31 fotos expostas: Bárbara Peçanha, Carlos Bruno, Elizabeth Peral, Fernanda Araújo, Fred Rodovalho, Geraldo Magela, Gisele Santos, João Rios (organizador), Júlia Bandeira, Lívia Barros, Luciano Campos, Maurício Melo, Nelson Oliveira, Paula Hong, Pillar Pedreira, Sinara Bertholdo (curadora) e Wagner Friaça.
João Rios, servidor do Senado e fotógrafo integrante do comitê organizador da exposição, lembrou dados e casos recentes de violência contra a mulher.
— São seis mulheres espancadas por hora e 25 vítimas de violência doméstica no Brasil — lamentou.
Ele perdeu uma parente próxima em maio deste ano e sua foto foi em homenagem a ela: Jessyka Laynara da Silva, de 25 anos, foi morta pelo namorado.
Reflexão
Segundo a jornalista Ramíla Moura, que representou a Procuradoria Especial da Mulher na abertura do evento, a exposição é o resultado de um trabalho construído a várias mãos desde julho.
— O objetivo é refletir sobre todas as formas de violência praticadas contra as mulheres — disse.
Para ela, outro ponto de reflexão é pensar como as mulheres são recebidas nos órgãos da rede de enfrentamento à violência contra a mulher.
— Essas mulheres têm suas demandas atendidas? Ou são revitimizadas? — questionou.
Marielle
Professora de fotografia da Faculdade de Comunicação da UnB e curadora da mostra, Sinara Bertholdo disse que trazer a exposição para a Biblioteca da UnB fomenta a reflexão e o debate em torno da violência de gênero:
— Descrever é mudar de estrutura, disse o mestre Roland Barthes na década de 1970. É isso que fazemos nesta exposição: descrevemos o cotidiano e assim mudamos a estrutura de nosso olhar, refletimos sobre nossas práticas e reivindicamos uma aplicação mais rígida das leis que amparam mulheres vítimas de qualquer tipo de violência.
Ela convidou os presentes a conhecer o recém-inaugurado espaço reservado à temática dos direitos humanos na biblioteca, no qual se destaca uma foto da Marielle Franco, vereadora assassinada em março deste ano no Rio de Janeiro.
O comitê organizador da exposição foi formado pela Procuradoria Especial da Mulher, pelo Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça e pelo Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado com apoio da Faculdade de Comunicação e do Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade da UnB, além da Secretaria de Comunicação, da Gráfica e da Diretoria-Geral do Senado.
Por Agência Senado.