Imagine um dispositivo capaz de identificar a candidíase, uma infecção oportunista comum, em apenas alguns minutos.
Essa é a realidade na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde um “nariz eletrônico” foi desenvolvido para fazer exatamente isso.
A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida, que pode ser confundida com reações alérgicas, dermatites ou herpes genital. Tradicionalmente, o diagnóstico dessa condição pode levar de três a sete dias. No entanto, com o nariz eletrônico, esse tempo é reduzido para meros minutos.
O dispositivo funciona através de seis sensores que, em conjunto, identificam compostos orgânicos voláteis liberados por colônias de Candida que crescem em uma placa de Petri. Cada sensor é projetado para detectar um composto específico, seja metano, propano, aminas ou odores sulforosos. Em apenas 20 segundos, os sensores coletam as informações necessárias.
Essas informações são então processadas por um programa de computador que utiliza inteligência artificial para determinar se o microorganismo presente é realmente o responsável pela candidíase. A precisão do dispositivo é impressionante, com testes registrando uma acurácia de 95,87% a 97,70%.
O nariz eletrônico não é apenas rápido, mas também versátil. Ele é capaz de diferenciar entre sete espécies diferentes de Candida, tornando-o uma ferramenta valiosa para o diagnóstico preciso.
Embora o nariz eletrônico tenha sido desenvolvido especificamente para a detecção de candidíase, dispositivos semelhantes já são usados para identificar gases tóxicos ou contaminação de alimentos. Isso sugere que a tecnologia tem o potencial de ser adaptada para uma variedade de outras aplicações no futuro.
O nariz eletrônico é um exemplo emocionante de como a tecnologia e a medicina podem se unir para melhorar o diagnóstico e o tratamento de condições de saúde comuns. Com sua velocidade e precisão, este dispositivo tem o potencial de revolucionar a maneira como a candidíase é diagnosticada.