Os elementos que formam o meio interestelar, que é o conjunto de gás e poeira que separa nosso Sistema Solar de outros sistemas estelares, são cruciais na formação de estrelas e corpos planetários à medida que são unidos para criar novos corpos celestes, informa CNN.
As moléculas formam um carbono conhecido como Buckminsterfullerene, cuja estrutura molecular se assemelha a uma bola de futebol, e levam o nome C60 por ser constituída por um arranjo de 60 átomos de carbono.
“O MI difuso pode ser considerado o ponto de partida para os processos químicos que acabam por dar origem aos planetas e à vida, por isso a identificação completa do seu conteúdo fornece informações sobre os ingredientes disponíveis para criar estrelas e planetas”, disse o pesquisador Martin Cordiner, do Departamento de Física da Universidade Católica da América (EUA).
Bolas de futebol cósmicas, vistas pelo telescópio Hubble. Elas são formadas de moléculas C60, com 60 átomos de carbono encontrados no espaço sideral
Vida baseada em carbono
Essas moléculas são raramente encontradas em rochas ou minerais na Terra, mas nunca antes haviam sido achadas no meio interestelar.
“O MI difuso foi historicamente considerado um ambiente muito duro e tênue para que ocorressem abundâncias apreciáveis de moléculas grandes”, explica o cientista, complementando que “a vida pode ser pensada como a última palavra em complexidade química”.
De fato, a vida, como a conhecemos com dados e informações atuais, é baseada em carbono e esta descoberta mostra que o carbono pode ser criado e sobreviver em ambientes difíceis no espaço, escreve o tabloide Express.
Em 2012, a sonda Voyager 1 conseguiu atingir pela primeira vez uma dessas regiões no espaço, que são consideradas difíceis de serem estudadas devido à longa distância da Terra.