O homem que foi morto a tiros ao tentar esfaquear policiais na segunda-feira (20), na cidade catalã de Cornella Llobregat, no nordeste da Espanha, era “homossexual e suicidário”, afirmou sua ex-esposa aos investigadores. As informações foram divulgadas pelo jornal La Vanguardia nesta terça-feira (21).
O incidente, que aconteceu poucos dias depois do aniversário de um ano dos atentados de Barcelona e Cambrils, assustou os catalães. Identificado como Abdelouahab Taib, de 29 anos, de nacionalidade argelina, ele tentou agredir policiais da delegacia de Cornella Llobregat com uma faca e foi morto no local a tiros. Segundo La Vanguardia, antes de perpetrar o ataque, classificado de terrorista pelas autoridades, o homem gritou “Alá é grande”.
A ex-esposa do argelino, identificada pelo La Vanguardia como Luciana, contou que o marido anunciou há dois meses que era gay e que ele sentia vergonha, já que a religião muçulmana proíbe a homossexualidade. A espanhola, que se converteu ao islã para poder se casar com Taib, havia pedido o divórcio recentemente.
Embora a decisão tenha sido acatada por Taib, Luciana suspeita que o argelino quisesse se suicidar. A mulher havia dado um prazo de um mês para ele sair de casa. Mas, segundo o advogado David Martínez, Taib estava feliz e havia manifestado o desejo de seguir morando em Cornella Llobregat após o divórcio.
Resposta da polícia é considerada desproporcional
A defesa do agressor vai denunciar a polícia catalã por assassinato, já que considera “injustificável a atuação dos policiais diante de um homem armado apenas de uma faca”. O advogado de Taib nega que o agressor fosse terrorista e afirma que a reação dos policiais foi desproporcional. “Era um bom muçulmano que passava por um momento emocional complicado”, declarou ao La Vanguardia.