As vitrines das Galerias Lafayette e do shopping Printemps, no centro de Paris, se transformam todos os anos na época do Natal. No lugar de mercadorias de luxo, as pessoas são convidadas a ver um verdadeiro espetáculo que mistura a mágica natalina com conto de fadas, apresentando bichos de pelúcia, marionetes, neve, música e muitas cores.
“Vim com meu sobrinho para descobrir as vitrines. Sou de Paris, moro perto, e é sempre um prazer vir aqui, porque encanta as crianças, transporta elas para um pequeno universo maravilhoso”, conta Steve. “Para os parisienses se tornou uma tradição, assim como para as pessoas de outras cidades que vêm para visitar as Galerias. As vitrines ligam a moda com o universo infantil, como Alice no País das Maravilhas, é sempre muito original”, diz.
A francesa Fanny, que veio com os filhos e o marido, continua gostando das vitrines, mas critica o aumento de publicidade. “Tornou-se uma tradição, mas acho que ela vai desaparecer, porque ficou muito publicitário”, afirma.
Ela ressalta que, em sua época, “era mais um mundo de conto de fadas, com mais bonecas e ursinhos de pelúcia”. Fanny pondera o fato de que suas memórias de criança podem não ser tão exatas e afirma que, na infância, tudo é mais bonito. “Eu adoro vir aqui com meus filhos, mas devo reconhecer que não é a mesma coisa. Para eles, continua sendo maravilhoso, porque eles não viram aquilo que eu vi, mas para mim é menos encantador”, disse.
O conflito entre as lembranças de criança e a visão do presente também é relatado pelo jovem Steven, de 21 anos. “As vitrines são maravilhosas, com muita cor, mas, comparado com o que era antes, mudou muito. Hoje em dia, vemos muito mais marcas do que antes. Era mais interativo, não tinha todas essas marcas, o que é legal, mas um pouco exagerado”, conta. “Talvez nesse horário as pessoas estejam trabalhando, mas antes, quando eu vinha, tinha muito mais gente, não dava nem para andar por aqui, era preciso até empurrar as pessoas para ver as vitrines.”