Um triplo atentado suicida, atribuído ao grupo jihadista Boko Haram, nesse domingo (16), deixou pelos 30 mortos e mais de 40 feridos no nordeste da Nigéria, informaram hoje (17) os serviços de segurança do país.
De acordo com as mesmas fontes, este foi um dos atentados mais graves praticados pelo grupo islamita naquela região.
“Por agora, registramos 30 mortos e mais de 40 feridos”, disse à agência francesa AFP Usman Kachalla, responsável local pelos serviços de segurança.
Três suicidas acionaram explosivos ontem à tarde, em frente a um centro de futebol, onde dezenas de pessoas viam um jogo na aldeia de Konduga, a 38 quilômetros de Maiduguri, capital do estado de Borno.
O atentado ocorre quase uma semana depois de o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ter prometido retirar da pobreza 100 milhões de pessoas e melhorar segurança do país, que sofre devido ao terrorismo jihadista do Boko Haram.
“Com liderança e motivação, podemos livrar da pobreza 100 milhões de nigerianos em dez anos”, disse Buhari, durante discurso em Abuja para comemorar a restauração da democracia em 1999 no país mais populoso da África, com quase 200 milhões de habitantes.
Buhari, que foi empossado no mês passado depois de ser reeleito nas eleições de 23 de fevereiro, chegou ao poder em 2015 com a promessa de acabar com o terrorismo do Boko Haram. Ele afirmou, na semana passada, que continuará a luta contra os jihadistas.
O presidente lembrou que, em 2015, o grupo terrorista “poderia atacar qualquer cidade, incluindo a capital federal”, Abuja, ao contrário de que ocorre hoje.
Ele admitiu, no entanto, que “alguns desafios” persistem nas áreas rurais, onde os jihadistas cometem ataques e sequestros.
O grupo Boko Haram foi criado em 2002, no nordeste da Nigéria, por Mohameh Yusuf, após o abandono do norte do país pelas autoridades.
Inicialmente, seus ataques eram dirigidos à polícia nigeriana, uma vez que representava o Estado. No entanto, desde a morte de Yusuf, em 2009, o grupo passou a ter uma abordagem mais radical.
Desde então, o Boko Haram matou mais de 20 mil pessoas e deixou mais de 2 milhões de deslocados, de acordo com as Nações Unidas.
Em 2015, com a filiação ao autoproclamado Estado Islâmico, o grupo adotou também a denominação Estado Islâmico na África Ocidental.