O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou hoje (8) a reabertura de parte da fronteira com a Colômbia. A medida envolve a passagem entre os dois países no estado de Táchira, no oeste da Venezuela, que estava fechada há quase quatro meses.
“Em exercício pleno de nossa soberania, ordenei a abertura das passagens fronteiriças do estado de Táchira com a Colômbia a partir deste sábado. Somos um povo de paz que defende firmemente nossa independência e autodeterminação”, disse Maduro no Twitter.
O líder chavista ordenou o fechamento total das fronteiras terrestres com o Brasil e a Colômbia em 22 de fevereiro. A intenção foi frustrar uma tentativa de envio de ajuda humanitária à Venezuela por terra a partir dos dois países vizinhos, programada para o dia seguinte.
A operação – comandada pelo líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por dezenas de países, inclusive o Brasil – encontrou forte resistência militar e acabou fracassando.
Maduro alegou que a entrada de ajuda era apenas uma desculpa da oposição, aliada a potências estrangeiras, para invadir o país militarmente.
Desde então, o governo restringiu o tráfego de pessoas em três das quatro pontes que ligam o país à Colômbia em Táchira – a não ser por razões médicas ou educacionais.
A quarta ponte, a de Tienditas, nunca foi inaugurada para pedestres ou veículos.
Ingerência estrangeira
Ao longo dos últimos anos, o governo de Maduro determinou o fechamento das fronteiras terrestres e marítimas da Venezuela em várias oportunidades, alegando ingerência estrangeira e outros motivos contra a chamada revolução bolivariana.
A Venezuela compartilha fronteira com a Colômbia em outras duas regiões, nas quais as passagens de pedestres estão sendo realizadas com as mesmas restrições aplicadas em Táchira.
O fluxo migratório entre os dois países tem ocorrido por acesso ilegais, alguns deles próximos aos postos controlados pelas forças de segurança. O governo chavista afirma que 5 milhões de colombianos vivem no país.
A fronteira com o Brasil, por sua vez, foi reaberta no mês passado, bem como a rota marítima para a ilha de Aruba, que também havia sido bloqueada – as autoridades do território caribenho, no entanto, afirmaram que a fronteira continuará fechada.
A ONU informou nesta sexta-feira que, desde novembro de 2018, mais de um milhão de venezuelanos deixaram o país para fugir da grave crise econômica e humanitária. A cifra eleva para 4 milhões o número de migrantes e refugiados da Venezuela desde 2016.
Edição: Kleber Sampaio