Após meses de trabalho árduo e soluções criativas, a equipe da NASA finalmente conseguiu restabelecer a comunicação com a Voyager 1, a sonda espacial mais distante da Terra.
A sonda, que há 46 anos explora o espaço interestelar, havia apresentado problemas de comunicação em novembro de 2023, enviando dados incompreensíveis para a Terra.
Os engenheiros da NASA investigaram o problema e descobriram que a falha estava em um dos três computadores de bordo da Voyager 1, responsável por empacotar os dados científicos e de engenharia antes de serem enviados à Terra. Incapazes de consertar o chip defeituoso, a equipe do JPL (Jet Propulsion Laboratory) teve a engenhosa ideia de mover o código corrompido para outro computador. Essa tarefa foi complexa, pois exigiu lidar com tecnologia antiga e enviar instruções precisas à sonda a bilhões de quilômetros de distância.
A correção foi enviada à Voyager 1 em 18 de abril, mas a confirmação do sucesso só chegou dois dias depois, devido ao tempo que leva para um sinal de rádio viajar até a sonda e retornar à Terra (cerca de 22 horas e meia em cada sentido).
Com a comunicação restabelecida, a equipe da NASA agora trabalha para que a Voyager 1 volte a enviar dados científicos. As descobertas feitas pelas sondas Voyager 1 e 2 ao longo dos anos foram revolucionárias, incluindo imagens detalhadas de Saturno, a revelação de anéis em Júpiter e a descoberta de vulcanismo ativo em uma de suas luas, Io. Além disso, as sondas encontraram 23 novas luas ao redor dos planetas exteriores do Sistema Solar.
A NASA espera que as sondas Voyager continuem enviando dados por vários anos, mas os engenheiros estimam que a comunicação se torne impossível em cerca de uma década, quando a geração de energia das sondas começar a diminuir. A Voyager 2, sonda irmã da Voyager 1, está um pouco mais atrás e se movendo mais devagar, então deve perder contato com a Terra um pouco mais tarde.
Em sua jornada pelo espaço interestelar, as sondas Voyager 1 e 2 ainda têm um futuro intrigante pela frente. Em cerca de 40.000 anos, elas passarão “relativamente perto” (em termos astronômicos) de duas estrelas. A Voyager 1 chegará a 1,7 anos-luz de uma estrela na constelação da Ursa Menor, enquanto a Voyager 2 se aproximará a uma distância similar de uma estrela chamada Ross 248 na constelação de Andrômeda.
As sondas Voyager são verdadeiras pioneiras da exploração espacial e sua história inspiradora demonstra a engenhosidade e a perseverança humanas na busca por conhecimento sobre o universo. O retorno da comunicação com a Voyager 1 é um marco importante que nos lembra do incrível potencial da exploração espacial e do desejo humano de desvendar os mistérios do cosmos.