As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por parasitos do gênero Leishmania, que são transmitidos pela picada de insetos chamados flebotomíneos.
Esses insetos, também conhecidos como mosquitos-palha ou birigui, se alimentam de sangue de animais e humanos, podendo transmitir os parasitos de um hospedeiro para outro. A infecção pode provocar lesões de pele, mucosas ou órgãos internos, podendo ser fatal se não houver tratamento adequado. O Brasil é um dos países mais afetados pelas leishmanioses no mundo, com cerca de 20 mil casos novos por ano.
Para entender melhor como esses insetos transmitem as leishmanioses e como podemos prevenir e controlar a doença, é importante conhecer o seu genoma, ou seja, o conjunto de genes que determina as suas características biológicas. Um consórcio internacional de cientistas, com participação da Fiocruz, decodificou o genoma completo de duas espécies de flebotomíneos: Lutzomyia longipalpis e Phlebotomus papatasi. Essas espécies são as principais vetoras das leishmanioses no Brasil e no Oriente Médio, respectivamente.
O sequenciamento do genoma desses vetores revelou informações valiosas sobre os genes que estão envolvidos na transmissão da infecção. Por exemplo, os pesquisadores identificaram genes relacionados a comportamentos que interferem na capacidade de transmitir a doença, como o ritmo circadiano (o ciclo biológico de 24 horas) e a resposta imune dos vetores. Esses genes podem ser alvo em estratégias de controle vetorial, como o uso de inseticidas ou armadilhas que explorem as preferências dos flebotomíneos por horário, local ou hospedeiro.
O estudo também analisou populações de cada vetor encontradas em diferentes localidades, mapeando as diferenças genéticas entre elas. Essa investigação é importante para entender a diversidade dos flebotomíneos e o complexo de espécies que compõem o gênero Lutzomyia. Além disso, pode ajudar a explicar porque algumas populações são mais eficientes em transmitir os parasitos do que outras, ou porque algumas são mais resistentes a inseticidas do que outras.
O sequenciamento do genoma de vetores de leishmanioses é um avanço científico que pode contribuir para o desenvolvimento de novas ferramentas e métodos para combater essa doença negligenciada que afeta milhões de pessoas no mundo. Esperamos que esse conhecimento possa ser aplicado em benefício da saúde humana e animal.
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