Um novo kit desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pode ajudar a prevenir a transmissão da malária por meio de transfusões de sangue.
O kit NAT Plus, que já está em uso em alguns hemocentros do país, é capaz de detectar a presença do parasita causador da doença no sangue doado, evitando que ele seja repassado para outras pessoas.
A malária é uma doença infecciosa que afeta principalmente as populações pobres e vulneráveis da região amazônica. Ela é transmitida pela picada do mosquito Anopheles infectado pelo protozoário Plasmodium, que invade as células vermelhas do sangue e provoca sintomas como febre, dor de cabeça e calafrios. Se não for tratada adequadamente, a malária pode levar a complicações graves e até à morte.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2022 foram registrados 129,1 mil casos e 50 óbitos por malária no Brasil, sendo que 99% dos casos ocorreram na região amazônica. O ministério tem como meta eliminar a malária no país até 2035, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma das estratégias para alcançar esse objetivo é garantir a segurança transfusional, ou seja, evitar que o sangue doado esteja contaminado por agentes infecciosos. Para isso, o sangue coletado nos hemocentros passa por testes laboratoriais que detectam doenças como HIV, hepatite B e C, sífilis e doença de Chagas.
No entanto, até recentemente não havia um teste específico para malária no Brasil. Isso fazia com que as pessoas que doavam sangue fossem impedidas de doar novamente por um período de seis meses a um ano se tivessem viajado para áreas endêmicas de malária ou apresentado sintomas da doença. Além disso, havia o risco de que o sangue doado estivesse infectado pelo Plasmodium sem que o doador soubesse, pois a doença pode ter um período de incubação variável.
Para resolver esse problema, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) desenvolveu o kit NAT Plus, que utiliza a técnica de amplificação de ácidos nucleicos (NAT) para detectar o DNA do Plasmodium no sangue doado. O kit também testa simultaneamente para HIV, hepatite B e C, reduzindo o custo e o tempo dos exames.
O kit NAT Plus foi implantado em 2022 em alguns hemocentros do país, como os de Manaus, Belém, Porto Velho e Rio Branco. Desde então, ele já identificou 12 bolsas de sangue contaminadas pelo parasita da malária, evitando que elas fossem transfundidas para até 48 receptores. Com isso, o kit contribui para a prevenção da transmissão da doença e para a redução do período de impedimento à doação de sangue de pessoas que estiveram em áreas endêmicas.
O kit NAT Plus é um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem contribuir para a saúde pública e para o combate à malária no Brasil. A Fiocruz espera ampliar a produção e a distribuição do kit para outros hemocentros do país e também para outros países da América Latina e da África, onde a malária é endêmica. Assim, espera-se que mais vidas sejam salvas e que a meta de eliminação da malária seja alcançada.
Fonte: Link.
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